Na comparação com o final de 2021, o brasileiro está mais receoso e reduziu a intenção de viajar
Por Deloitte
Entender o que pensa e como se comporta o consumidor diante do cenário de momento é essencial para se comunicar melhor com esse público e vender mais. Em 2022, a tendência dos primeiros meses é que o consumidor brasileiro esteja mais cauteloso em comparação com o final do ano passado.
Esse comportamento foi apontado pela edição de fevereiro da pesquisa Global State of the Consumer Tracker, realizada pela Deloitte.
A intenção de realizar viagens de lazer nas quatro semanas seguintes à pergunta, que havia saltado de 70% para 78% de novembro para dezembro, agora está em 68%. Em novembro de 2021, a possibilidade de manter o distanciamento social estava em quinto lugar entre os critérios para a escolha de um destino. Já em fevereiro, este item figurou em segundo lugar, atrás apenas da proximidade do destino.
“A pesquisa traz dados e análises para uma maior compreensão das mudanças na mentalidade do consumidor atual, e também explora as implicações potenciais para um mundo pós-pandêmico”, explica Ricardo Balkins, sócio-líder de Consumer da Deloitte. “Esta edição, em específico, aponta que o brasileiro ajustou suas expectativas diante do crescimento da variante Ômicron da Covid-19 nos dois primeiros meses do ano”. Em novembro e dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, o estudo envolveu participantes de 23 países, incluindo o Brasil.
Compras online se mantêm elevadas
Em alguns aspectos, especialmente os relacionados às perspectivas de longo prazo, o consumidor se mostra mais otimista. Por exemplo, 75% seguem acreditando que o cenário econômico vai melhorar nos próximos três anos. E a preocupação com a inflação caiu de 84%, em novembro, para 76% em fevereiro.
A pesquisa aborda tendências em segurança, bem-estar financeiro, apetite para o consumo e atitude em relação às mudanças climáticas, entre outros temas. Aponta, por exemplo, que a adesão ao e-commerce segue crescendo, mesmo que lentamente: em comparação com novembro de 2021, aumentaram as compras online de produtos eletrônicos (61% contra 56%), vestuário (45% em relação a 43%), mobiliário (40%, em comparação a 38%) e cuidados pessoais (39%, contra 37%).
O levantamento revela, ainda, uma estabilidade na preocupação dos consumidores em relação à conta do cartão de crédito (78% agora, ante 77% em novembro) e à poupança (78% ante 76%). As outras preocupações mencionadas foram usar o cartão de crédito para esticar dívidas (29%), honrar pagamentos (26%) e adiar compras grandes (26%).
“A pesquisa da Deloitte é um termômetro bastante interessante para as empresas de consumo e serviços entenderem o que pensa e como se comporta o consumidor diante do cenário atual”, finaliza Balkins.
Fonte: Valor Econômico