A GWI Asset Management, gestora de fundos com participação acionária na Saraiva, voltou a atacar a administração da empresa. Desta vez, em comunicado publicado no Valor desta quinta-feira, a gestora chama de “irresponsável” o fato de a companhia ter anexado um parecer “limitado” da consultoria Métrika à proposta de administração para a assembleia geral a ser realizada em 25 de julho.
Para a GWI, o parecer destinado à Saraiva, assinado por Euchério Lerner Rodrigues, mostra “a real intenção do controlador” de “induzir o mercado ao erro para eliminar os minoritários”.
Entre os itens que a GWI questiona estão a comparação da ação preferencial da Saraiva, negociada sob o código “SLED4”, com o Ibovespa, que a gestora chamada de “falaciosa” porque o papel não tem liquidez e não faz parte do principal índice da BM&FBovespa.
“Causa estranheza um parecer concluir pela existência de ‘sólidos indícios’ de infrações tendo como base um referencial distorcido, que não reflete a realidade. Notem que, no ano de 2016, Ibovespa cresce em torno de 25% e SLED4 cai cerca de 27%”, afirma a gestora, no comunicado.
A GWI também questiona a afirmação de que teria atuado como comprador líquido de ações da empresa, por meio de operações em bloco. A gestora volta a afirmar que, desde a divulgação da venda da editora da Saraiva no ano passado, diversos investidores decidiram vender seus ativos. “Havendo vendedor, não há problema nenhum em atuar como ‘comprador líquido’”, diz.
No comunicado, a gestora também reafirma que realizou compras em massa de ações entre agosto de 2015 e janeiro de 2016 pensando no retorno aos cotistas dos fundos que administra e que essas operações foram importantes para dar liquidez ao papel. Afirma, ainda, que a negociação de compra e venda é função dos fundos de investimentos em ações para obter retorno, gerar liquidez, valorizar o ativo e atrair novos investidores.
A GWI também defende que seja aberto um programa de recompra de ações da Saraiva, “pois constituiria um gesto de confiança da sua administração”, e diz que, atualmente, a ação da companhia está sendo negociada ao preço de 20% do seu valor patrimonial.
Por fim, a gestora afirma que vai apresentar representação contra a Saraiva e contra Euchério Lerner Rodrigues por conta do ocorrido, a despeito das medidas judiciais já em andamento.