Por Redação | A coluna Minuto Varejo já havia noticiado o fechamento de uma unidade da rede de lojas Taqi na Zona Sul de Porto Alegre. A notícia agora é que a filial não é a única a seguir este caminho. O grupo Herval, dono da bandeira e da iPlace, varejo licenciado da Apple no Brasil, comunicou que vai fechar no total 17 lojas até o fim de maio. A da Zona Sul já faz parte do plano. No lugar, vai abrir um Outlet Herval.
Com o corte, a rede ficará com 73 unidades, segundo nota oficial da Herval. A redução, considerando as 90 filiais antes dos cortes, é de quase 20% ou um quinto da rede. No comunicado, o grupo diz ainda que fará o “possível para realocação” dos funcionários das filiais a serem desativadas em outros pontos.
“Essa difícil decisão foi tomada, após criteriosa análise de resultados, rentabilidade e potencialidade dessas unidades, além do cenário macroeconômico desafiador que 2023 vem apresentando”, justifica o grupo, com sede em Dois Irmãos, onde fica ainda seu parque industrial de móveis.
Na nota emitida, a empresa lembra que chegou a abrir 10 novas operações e revitalizar outras 12 já existentes em 12 meses. Nas razões listadas para enxugar a rede, a Herval enumerou o pessimismo das famílias, elevado endividamento, avanço das taxas de inadimplência e juros altos que encarem o crédito ao consumidor. A combinação dos quatro ingredientes afeta “as vendas do varejo pós-pandemia”, o que compromete resultados.
As medidas que atingem a bandeira de varejo geral não alcançam a iPlace, que atua com produtos de maior valor, marca desejada e com fatias de renda mais elevada. “Os varejos trabalham e são analisados de forma independente”, disse o grupo.
Herval não é único a sofrer efeito da conjuntura econômica
Mais redes estão no <strong>time das varejistas que sofrem com a conjuntura</strong>, seja a macroeconômica (juros, inflaçao, etc) ou microeconômica (condição de consumo das famílias). Três gaúchas entraram em recuperação judicial (RJ) em 2023. São elas, <strong>Rabusch e Lojas Aldo, de vestuário</strong>, e <strong>CRDiementz, de eletromóveis</strong>.
Na cena nacional, marcas bem conhecidas atravessam dificuldades, como Americanas, em RJ por dívida bilionária e Tok&Stok, que fechou quase 20 lojas no País. “Todos sabem da dificuldade hoje do varejo. Isso tem efeito em cadeia para o ano. Minha percepção de varejista é que vem mais notícia de fechamento de lojas e corte de pessoas infelizmente”, preveniu o diretor executivo da Aldo, Bruno Marquetti de Araujo, em entrevista à coluna, ao falar da RJ da rede.
Pesquisa do IBGE mostra momento adverso do comércio
Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE apontam alta de <strong>0,8% no volume de vendas do varejo restrito (supermercados, combustíveis, eletromóveis, vestuário, livros e saúde) no País</strong> em março frente a fevereiro e alta de 3,2% em relação ao mesmo mês de 2022.
O varejo ampliado (veículos, materiais de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo) no Brasil teve alta de 3,6% no confronto mensal e avanço de 8,8% na comparação com março do ano passado.
No <strong>Rio Grande do Sul, as vendas do varejo restrito cresceram 1,9% no mês a mês</strong> anterior e 2,9% no confronto anual (março de 2022). O <strong>varejo ampliado, onde atua a rede TaQi, teve queda de 4%</strong> , entre fevereiro e março, e elevação de 3,4% frente 12 meses antes (março de 2022).
Fonte: Jornal do Comercio/RS