Por Ana Claudia Nagao |
O varejo híbrido já se tornou realidade para 46% dos consumidores das farmácias brasileiras. Esse é o percentual dos clientes que trafegam tanto pelo ambiente digital como pela loja física antes de efetivar a compra por um desses canais, segundo indicou pesquisa inédita da IQVIA.
Os dados foram apresentados no workshop que debateu a transformação digital do autosserviço no varejo farmacêutico, promovido pela Retal Farma Brasil.
Segundo o estudo, as lojas físicas não perderam relevância com a entrada no mundo online, mas passaram a ganhar ainda mais valor estratégico como pontos de experimentação. Na integração entre os canais, pesquisar o produto no e-commerce e efetivar a compra na loja física é o meio mais utilizado principalmente nas categorias de cuidado com a face, cuidados com o bebê e fórmula infantil.
Jornada de compra dos consumidores
“Hoje não é mais possível olhar só o consumidor digital ou o que só compra no PDV. As novas experiências nos últimos anos fizeram com que ele aprendesse caminhos de integração em todos os canais para finalizar as transações. Isso mostra o quanto esses dois mundos precisam estar interligados para não perder o cliente nessa nova jornada”, explica Priscila Pereira, gerente de projeto da IQVIA.
Segundo a executiva, o consumidor webrooming – aquele que pesquisa os produtos no online e compra na loja física – está mais relacionado com as categorias de medicamentos de prescrição, cuidado com cabelo e fraldas para incontinência. Já o showrooming, que pesquisa os produtos na unidade e compra no e-commerce, recorre principalmente a protetores solares, fraldas infantis e aparelhos de medição para testes clínicos.
Vendas digitais crescem e impulsionam varejo híbrido
As vendas digitais no Brasil cresceram 142% nos últimos cinco anos e funcionam como alavancas para o varejo híbrido.
Segundo dados da ABComm, a previsão de avanço para 2023 é de 9,5%, o que corresponderia a um faturamento de R$ 185,7 bilhões. São 87,8 milhões de consumidores, cujo tíquete médio gira em torno de R$ 470.
Na categoria beleza e saúde, a alta nas vendas online foi de 12%, com faturamento de R$ 10,5 bilhões, representando 6,2% do mercado total. “Todas as categorias do canal farma cresceram no e-commerce, com destaque para os cosméticos e dermocosméticos”, ressalta Priscila.
Os desejos dos consumidores
A pesquisa também constatou que ter um aplicativo próprio da farmácia para fazer a compra é o desejo de 51% dos consumidores, enquanto 49% gostariam de encontrar o produto em qualquer canal.
51% – Ter um App próprio para fazer as compras
49% – Ter o produto que deseja em qualquer canal
47% – Desconto em utilizar mais de um canal de compra
44% – Receber em casa/ trabalho o que comprou na loja
44% – Ter uma loja/ espaço para experimentar ou visualizar os produtos
44% – Fazer a troca do produto adquirido online em uma loja física
44% – Ter um site de compra próprio
41,8% – Comprar online e retirar na loja física
41,5% – Poder fazer compra pelo WhatsApp
41,3% – Ter uma pessoa para tirar dúvidas por WhatsApp/ Tel/ chat
41,1% – Ter um sistema integrado de cadastro
39,7% – Ter na loja física um dispositivo para ver outros produtos em estoque
39,3% – Poder fazer compra pelo telefone
37,7% – Ter divulgação dos produtos nas redes sociais
37,1% – Avisar ou sugerir novo produto quando não tiver em estoque
Já em relação ao que falta para a jornada de compra ser perfeita, 24% indicaram a necessidade de aprimorar o atendimento para tirar dúvidas e buscar soluções. Outros 22% gostariam de mais descontos, promoções, cupons e fretes mais acessíveis ou grátis. E 21% desejam maior segurança na integração entre os canais.
Fonte: Panorama Farmacêutico