Para Miguel Gutierrez, unificação dos negócios trará mais agilidade à empresa e simplificará operações
Por Mariana Desidério
O presidente da Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, comentou nesta sexta-feira a possibilidade de combinação entre Lojas Americanas e B2W. “É um assunto que discutimos frequentemente. Entendemos que, com todos os avanços que tivemos em 2020, esse é o momento certo de fazer isso. Com isso poderemos acelerar muito o atendimento e a satisfação dos nossos clientes tornando nossa companhia mais simples e mais ágil”, disse o executivo em teleconferência com analistas para comentar os resultados da companhia no ano de 2020.
Divulgado no mês passado, o estudo para uma possível fusão entre as duas companhias é esperado com ansiedade pelo mercado. As ações da Lojas Americanas dispararam de 20% após a notícia. A Lojas Americanas detém 62% da B2W, companhia que reúne Americanas.com, Submarino e Shoptime.
Gutierrez comentou ainda que a possível junção entre as companhias não paralisa outros projetos de aquisições e inclusive simplificará futuros M&As. Isso porque, com as companhias separadas – Lojas Americanas com a operação física, e B2W com a parte digital – a eventual aquisição de uma empresa que opere tanto no físico quanto no digital torna-se mais complexa. “Quando olhamos uma empresa é preciso tentar calcular quanto dela caberia à B2W”, diz. Ainda não há estimativa de quando a análise sobre a possível fusão estará completa.
Além de considerar a fusão entre companhias do grupo, a Lojas Amercicanas anunciou recentemente uma parceria com a BR Distribuidora para a integração das lojas de conveniência BR Mania e Local, por meio da criação de uma nova sociedade, cujo capital social será detido pelas duas companhias. “O acordo com a BR nos proporcionará ampliar nosso DNA de conveniência”, afirmou Gutierrez, que não deu mais detalhes do negócio porque parceria ainda precisa passar pelo Cade.
Resultados
A Lojas Americanas teve GMV de 39,7 bilhões de reais no ano (alta de 22,5% em relação a 2019) e receita bruta de 25,5 bilhões de reais (alta de 14,8% em relação a 2019). O lucro líquido da companhia ficou em 394 milhões de reais (redução de 22,1% em relação a 2019, quando a empresa teve lucro de 505 milhões de reais).
A operação digital, sob o guarda-chuva da B2W, teve GMV de 27,7 bilhões de reais, alta de 47,6% em relação a 2019, e receita bruta de 12,5 bilhões de reais (alta de 50,7% em relação a 2019). Mas a operação ainda apresenta prejuízo, com perda de 203 milhões de reais, em 2020, ante prejuízo de 391,6 milhões em 2019.
Dentre os destaques que reforçam a operação conjunta das companhias está o avanço do chamado o2o, compras que migram do ambiente online para o offline. O GMV da modalidade foi de 3,7 bilhões de erais em 2020, crescimento de 95% em relação a 2019.
Dentre os pontos chave para o avanço das vendas no comércio eletrônico estão o crescimento do marketplace e a melhoria nos prazos de entrega. No quarto trimestre de 2020, 11% das entregas do grupo foram feitas em até 3 horas, e 40% foram feitas em 24 horas. Para isso, a rede de mais de 1.700 lojas físicas da Americanas foi fundamental.
Fonte: Exame