Uma empresa global que se propôs a agir como uma startup, sempre em movimento. A sueca IKEA, maior varejista de móveis do mundo, acredita que o digital não é uma ameaça a seus negócios, e sim um mundo de possibilidades. “Podemos fazer um milhão de coisas e transformar nosso modelo de negócios a partir de pensarmos em novas experiências para os clientes”, diz Barbara Martin Coppola, Chief Digital Officer da empresa.
Adotando o mantra de que as empresas precisam inovar constantemente para se manter à frente da concorrência, e inovar em uma velocidade no mínimo igual à do mercado, a IKEA acredita estar preparada para o desafio de se reinventar constantemente. “O ritmo de mudança está cada vez mais acelerado e, por isso, é realmente importante estarmos muito focados em criar valor para o consumidor, de uma forma que seja positiva para o planeta e para a sociedade em geral”, comenta.
Nessa trajetória, a empresa está desenvolvendo um modelo de negócios de Móveis como Serviço. A ideia é: em vez de comprar móveis, alugá-los por um período e depois devolvê-los. “Seria ótimo para as pessoas e para o planeta, porque podemos reciclar ou reutilizar os produtos”, explica Barbara. Dessa forma, a empresa alia dois pilares essenciais em sua estratégia de negócios: sustentabilidade e experiência do cliente. “O furniture as a service é uma forma de diversificar nossas fontes de receita e acompanhar uma grande tendência de mercado, que é o compartilhamento. Em vez de seguir contra a maré, preferimos ouvir os consumidores e nos adaptar às tendências”, conta.
Para que seja possível fazer essa adaptação às tendências de forma organizada, a IKEA se dedica a entender os movimentos da sociedade, como o aumento da população urbana, o aumento do custo de vida nas cidades e a vida em pequenos núcleos familiares (às vezes, só com o gato mesmo). “Tudo isso é importante para nos adaptarmos ao que as pessoas podem querer de nós. O próximo passo é levar tudo isso para o digital, oferecendo experiências 100% integradas online e offline”, diz. Para isso, a empresa vem investindo pesado na coleta de dados de múltiplas fontes e em sua combinação e análise, por meio de machine learning e Inteligência Artificial. “Quanto mais dados temos e quanto mais os algoritmos aprendem, melhor entendemos as tendências e nos adaptamos, prevendo muito do que acontecerá”, afirma.
Outro ponto relevante na estratégia de reinvenção da empresa é a mudança de mindset. “Trabalhamos com muita gente, de diferentes pontos do ecossistema, com uma mentalidade de open innovation: nos abrimos para as oportunidades e não assumimos que sabemos tudo”, explica Barbara. Com essa abertura, o foco muda: em vez de olhar para dentro, a varejista olha para o cliente. “Para nós, inclusive, não é uma questão de customer centricity, e sim de people centricity: olhar o que é importante para o cliente e gerar um impacto positivo na sociedade em geral”, diz.
Esse pensamento está na base do posicionamento da empresa em relação ao meio ambiente: até 2030, todos os produtos vendidos em suas lojas serão feitos a partir de matérias-primas renováveis ou recicladas. “É a coisa certa a fazer, por nós, pelas pessoas e pelo planeta. E é importante nos comprometermos já, a partir de agora”, afirma.
Fonte: Oasis Lab