Nos últimos oito anos desde que gaúcha Panvel desembarcou no Paraná, Curitiba se tornou o segundo maior mercado da rede de farmácias, atrás apenas de Porto Alegre. Com posição já consolidada na capital paranaense, a empresa vai dar início a um segundo ciclo de expansão no Paraná em 2019, especialmente no interior do estado.
Estão previstas mais 15 lojas em todo o estado, seis delas em cidades onde a Panvel ainda não está presente, como Umuarama, Toledo, Campo Mourão, Pato Branco, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu. A expansão da rede gaúcha rumo ao interior do Paraná começou há três anos, em 2015, com a abertura das primeiras lojas em Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cianorte e Cascavel.
O foco nas cidades do interior do estado não exclui novas unidades em Curitiba e Região Metropolitana. Atualmente, a Panvel tem 43 lojas na capital, mas o número deve subir — Curitiba, Londrina e Maringá também vão ganhar novas unidades da Panvel em 2019, segundo a empresa. Em Curitiba, a expectativa é consolidar o crescimento das vendas digitais. “Aqui precisamos tomar um pouquinho mais de cuidado para não canibalizar a marca, porque já temos muitas unidades”, afirma Julio Mottin Neto, presidente da Panvel. Mas ainda há espaço, segundo ele.
Com 65 lojas da rede, o Paraná é o segundo estado mais importante para a Panvel, com participação de 25% no faturamento total e potencial para chegar a 35% nos próximos cinco anos, acredita Julio.
“As 15 lojas do Paraná podem virar 20 se a gente visualizar boas oportunidades”.
Para sustentar a expansão das unidades físicas e, principalmente, a estratégia omnichanel da rede, a Panvel escolheu São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para instalar um novo centro de distribuição, que entrará em operação em 2020 para atender Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Higiene e beleza, o setor queridinho da Panvel
Uma das fortalezas que fez com que a Panvel crescesse no estado, segundo Julio, foi à aderência dos consumidores a estratégia de higiene e beleza da rede, com destaque para o mix de 650 itens da marca própria da rede. “Somos a empresa que tem a maior participação em vendas do setor de higiene e beleza, com 35% no nosso faturamento vindo dessa área, sendo 20% só da marca própria”. Na concorrência, a fatia de H&B gira em torno de 27%”, explica ele.
Parte do grupo Dimed, a Panvel é hoje a quinta maior rede do país, com 430 lojas nos quatro estados onde atua: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e, mais recentemente São Paulo, onde tem cinco lojas. A entrada em território paulista, aliás, tem sido mais cautelosa e segue a estratégia de apostar nas classes mais altas e investir pesado na operação digital, para entrega na casa dos clientes.
A expectativa da empresa é fechar 2018 com um crescimento de 9,7% e chegar a 11% em 2019, quando a empresa planeja investir R$ 50 milhões na expansão física e digital. Ao todo, estão previstas 40 novas unidades, 15 delas no Paraná.
Para manter o crescimento previsto, contudo, a empresa precisou diversificar sua estratégia, explica o presidente. Antes, o setor de farmácias vinha crescendo em torno de 15%, impulsionado principalmente pelo processo inflacionário, com o aumento do preço dos produtos e com o consumidor adquirindo produtos mais caros.
“O recuo da inflação acabou com esse movimento e a crise fez o consumidor buscar produtos mais baratos. Para a gente crescer mais, precisamos colocar mais clientes para dentro da loja porque o ticket médio diminuiu”, diz.
Uma das apostas da Panvel é o aumento das vendas digitais, com o “compre no site e retire na loja” e outras modalidades de compras que começam pelo aplicativo ou pelo e-commerce. Hoje, essa categoria representa 10% do faturamento total e cresce a taxas de 30% ao ano, puxando o crescimento da rede.
“As 430 lojas da rede fazem parte da nossa estratégia de e-commerce e omnichanel. A gente vê uma tendência muito grande de crescimento dessa complementariedade da loja física com o online. Não é um trabalho fácil de fazer, principalmente a integração de estoques entre as lojas, mas esse é o futuro do setor”.
Fonte: Panorama Farmacêutico