A personalização da experiência do consumidor, a melhora dos programas de relacionamento e a digitalização da gestão serão as prioridades estratégicas dos varejistas este ano, segundo o International Data Corporation (IDC).
Tais premissas também se verificam em recentes estudos das mais influentes consultorias do mundo, sediadas nos EUA. Para a Forrester, a tendência global é que o investimento em inteligência artificial triplicará em 2018. Já o Gartner, por sua vez, estima que até 2020, nada menos do que 85% das interações dos consumidores com o varejo serão norteadas por este tipo de tecnologia.
Considerando a importância adquirida pelo Big Data especialmente na última década, um diagnóstico bastante claro vem à tona: de nada adianta obter uma infinidade de dados sobre os clientes se não é possível extrair valor desse ativo. Tampouco encontra-se eficácia em ações meramente reativas, como a contratação uma equipe numerosa de analistas ou a disponibilização pura e simples de diversos canais de compra – loja, site e mobile, entre outros –sem o devido aprimoramento de pontos de atrito.
É neste contexto que surge como solução iminente para o varejo o uso de sistemas de inteligência artificial (AI, artificial intelligence), um processo contínuo de aprendizado tecnológico a partir das experiências com o consumidor, tornando o mercado cada vez mais apto a responder questões complexas e fundamentais para um dia a dia repleto de decisões a serem tomadas.
Quais produtos, tamanhos e cores poderão impulsionar o crescimento das vendas? Como as tendências de mercado, os hábitos do cliente e as condições climáticas, entre tantas outras variáveis, poderão interferir no sucesso do negócio?
Aplicável em todas as áreas do negócio, a inteligência artificial pode responder estas e outras questões, provando que as projeções dos especialistas estão longe do exagero. Na maximização da venda por cliente, por exemplo, pode interferir desde a disposição nos produtos na loja até a identificação de clientes por sua faixa etária e gênero por meio de displays, mostrando ofertas adequadas a cada perfil.
Também permite a localização de produtos a partir da imagem, com recomendações baseadas em históricos recentes de compra. E da mesma foram mostra-se um diferencial quanto à otimização de campanhas, analisando e ajustando ações de marketing, desde a data de envio até o visual mais adequado e o conteúdo ideal para a mensagem.
Problemas comuns como falta de estoque, compras não concluídas em aplicativos e promoções desnecessárias, estarão com os dias contados. Afinal, o varejista não só saberá o que está acontecendo, mas, principalmente, o que virá a seguir.
No Brasil
Soluções, plataformas e insights baseados em decisões a partir da inteligência artificial são hoje o foco de algumas empresas, como a Symphony Retail AI, que chegou ao Brasil há dois anos. A organização se destaca pelo lançamento do CINDE (Conversational Insights and Decision Engine), assistente analítico digital direcionado a supermercados e varejo de bens duráveis. A ferramenta incorpora as três tecnologias e proporciona uma visualização detalhada em um sistema de análise prescritiva de fácil operação para o gerenciamento de categorias.
A multinacional publicou recentemente um vídeo em seu canal do Youtube, projetando sua visão sobre como deverão ser os supermercados em um futuro nada distante: no ano de 2020.
Pelo mundo
Provedora de conteúdo educacional, a McGraw-Hill desenvolveu a plataforma ALEKS, que se baseia na teoria do espaço do conhecimento. Ela cria “mapas” que se alteram conforme a interação do aluno, estabelecendo ritmo e didática de acordo com suas habilidades e deficiências. Aos professores, fornece recomendações para um melhor rendimento coletivo.
A Infinite Analytics investe em uma relação consistente com cada um de seus usuários. A solução, que interage por meio de mensagens de voz e texto, é capaz de identificar os melhores canais de compra e encontra produtos a partir de fotos. Além disso, comunica resultados de buscas utilizando o dispositivo de voz Amazon Echo.
A plataforma Mona é um assistente personalizado que leva a experiência de compra do usuário a um outro patamar, “aprendendo” com suas preferências de itens, preço e estilo a cada produto pesquisado ou adquirido.
A Optoro oferece soluções logísticas “reversas”, considerando o fato de que muitos produtos adquiridos via e-commerce podem ser devolvidos ou danificados em seu transporte, tornando o negócio inviável. Assim, com base nas informações de sua nuvem, aponta novos domicílios para onde os itens podem ser redirecionados, sem intermediários.
O Wayblazer é um guia de viagens que permite ao usuário realizar pesquisas e “conversar” em seu idioma de origem não só sobre os melhores destinos, como também roteiros, vagas em hotéis, locações e outros. O ranking é dinâmico e direciona as melhores imagens e recomendações de acordo com o perfil de cada viajante
Fonte: Digitalks