Por muito tempo, o conceito de inovação esteve ligado a laboratórios em que pesquisadores buscavam, em ambientes controlados, soluções para qualquer tipo de problema que existisse. A ideia do cientista solitário que em um “momento Eureka” chegava a uma descoberta que mudaria o mundo ficou tão impregnada no inconsciente coletivo que mesmo hoje, quando vivemos uma dinâmica completamente diferente, falamos em “laboratórios de inovação”, o que automaticamente remete à ideia de “pessoas isoladas em um lugar tentando encontrar respostas para os problemas”.
Atualmente, porém, o consumidor é mais informado e conectado. O mercado é mais dinâmico e competitivo. Tudo demanda mais relevância e eficiência. Felizmente!
No início dos anos 2000, Don Tapscott já falava em seu livro “Wikinomics”, sobre as vantagens de adotar uma arquitetura aberta de inovação, facilitando a troca de ideias entre o ambiente corporativo e comunidades de pesquisadores localizados em qualquer parte do mundo. Na última década, com o aumento da conectividade, esse conceito se mostrou mais e mais acertado. Em todo o mundo, startups têm desafiado as regras dos negócios e criado soluções para resolver problemas das grandes empresas, transformando mercado e quebrando paradigmas.
No varejo, o conceito de Innovation Lab ganhou força no início desta década, levando para dentro das empresas a ideia de criar uma área de pesquisa e desenvolvimento (algo natural na indústria, mas incomum nas redes de lojas). Nordstrom, Target, Tesco, John Lewis e Westfield são alguns representantes internacionais desse movimento, que tem no Brasil o Magazine Luiza como o grande exemplo, com o Luiza Labs, considerado pela própria empresa como ferramenta fundamental na virada dos negócios nos últimos dois anos.
Os labs internos têm a vantagem de atuar diretamente segundo os interesses da empresa, o que pode ser muito positivo quando o varejo já sabe para onde quer ir. Por outro lado, os custos de um lab interno podem ser proibitivos para empresas de menor porte. Mais sério ainda: como identificar, em ambientes em rápida mudança, quais são as inovações em que vale a pena focar?
Para esses casos existe um outro caminho: hubs de inovação que reúnem startups, investidores, empresas em busca de soluções para seus problemas, hackathons, programas de aceleração, coworking e business hacking. Nesse tipo de estrutura, mais fluida que um tradicional lab dentro de uma empresa, o contato com ideias, novidades e soluções é mais intenso e, assim, a possibilidade de sucesso no ambiente competitivo é maior.
Essa é a experiência que vivenciamos ao estabelecermos o “Propz Bigdata Retail Lab”, nossa base avançada de analytics e retailtech para apoiar a inovação aberta no OasisLab, o primeiro espaço de inovação especializado em varejo do Brasil. Localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o hub nos dá a possibilidade de entrar em contato e apoiar novas ideias para antigos, novos e futuros problemas, acelerando nossas inovações e o desenvolvimento de soluções. Um ambiente fervilhando de ideias e pessoas inteligentes é muito mais fértil, e isso se reflete em um melhor atendimento às demandas do varejo e na satisfação de nossos clientes.
Para o varejista, as inovações chegam muito mais rapidamente e a empresa consegue acelerar a adoção de soluções tecnológicas, atender às demandas dos consumidores e antecipar necessidades do mercado.
Não à toa, o ambiente das startups focadas no varejo será um dos grandes destaques da NRF Big Show 2018, que acontece agora em janeiro em Nova York. Estaremos presentes mais uma vez no maior evento do setor do mundo, dando destaque às nossas soluções de inteligência artificial e contribuindo ativamente com a geração de insights e ideias para serem aplicadas rapidamente à realidade brasileira. Estas inovações serão compartilhadas, otimizadas e aceleradas por meio de nossos já conhecidos hubs.
O novo ano trará grandes mudanças para o varejo na maneira de se relacionar com os consumidores. Cada vez mais automatizados, inteligentes e relevantes, os processos varejistas estão evoluindo e nossa vibrante comunidade de empreendedores, cientistas, investidores e apoiadores está pronta para assumir um papel protagonista nesta evolução. Que venha 2018.
Fonte: Mundo do Marketing