Recrutar, capacitar, fomentar o desenvolvimento profissional e pessoal de gente que tem como missão servir. Essa é uma das principais funções sociais do segmento governo brasileiro, como atividade essencial da economia e para a sociedade.
Os supermercados constituem um dos segmentos que mais geram empregos no País, são 1,8 milhão de pessoas trabalhando para empresas supermercadistas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged). Por isso, ocupam lugar de destaque no desenvolvimento de pessoas, carreiras e práticas de inclusão e respeito à diversidade.
Esta reportagem, que se divide em duas matérias, traz uma radiografia do emprego no setor, por meio do 9o Estudo Capital Humano em Supermercados, realizado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras e que é publicado, com exclusividade, em SuperHiper.
Porém, não se restringe aos números do estudo. Mostra, também, corporações que são referência nacional por disporem de ambiente de trabalho harmonioso, combinado à alta produtividade e reconhecido pelo Great Place To Work, consultoria que é referência global em análise de recursos humanos (RH).
Tendências desse mercado, como a contratação de pessoas mais experientes, muitas com mais de 50 anos, o que vem acontecendo há alguns anos, aparecem na reportagem, sobretudo por meio dos cases levantados durante a apuração.
Turnover
A contratação de pessoas com mais de 50 anos, aliás, costuma ajudar na redução do turnover (rotatividade). Não raramente, esses profissionais, que, segundo o estudo, respondem por 7% dos funcionários do setor, procuram mais estabilidade do que os jovens, que buscam, nos supermercados, o primeiro emprego e experiência para alçarem voos maiores.
Exemplo de empresa que está na lista do Great Place To Work, e não é de hoje, é a rede fluminense, do grupo Cencosud, Prezunic, onde os funcionários com mais de 50 anos respondem por 25% do staff. A empresa valoriza a experiência de vida, maturidade e responsabilidade desses profissionais que costumam ser bem avaliados tanto por suas lideranças quanto pelos clientes.
Em outubro, foi lançado o Programa Talentos Experientes. A expectativa da Cencosud Brasil é contratar cerca de 700 pessoas dessa faixa etária, em 2018, nas demais bandeiras do grupo (GBarbosa, Perini, Mercantil, Bretas e Prezunic).
Apesar do valor da experiência no Prezunic e, agora, também no grupo Cencosud, a tônica do setor ainda (e esse “ainda” é porque o envelhecimento da população brasileira ocorre em ritmo acelerado) é outra, como mostram os números da pesquisa.
De acordo com o estudo, os jovens, com idade entre 18 e 25 anos, constituem o contingente principal do setor, respondendo por 33,5% das pessoas que trabalham no autosserviço brasileiro. O grupo dos que têm de 25 a 35 anos vem logo atrás, com 33,3%. Somados, os dois grupos, compostos por jovens, representam 66,8% do capital humano do setor.
Esse perfil jovem da mão de obra supermercadista justifica, em grande medida, os índices de turnover, que se refletem de forma mais acentuada na função de operador de caixa, cuja média anual de rotatividade é de 15,7% ao ano.
As funções de repositor e empacotador também apresentam média superior a 15% e, no açougue, a rotatividade é de 13,2%. O menor turnover se verifica na posição de gerente de setor: 5%. Para a consultora e sócia da Growing Up Desenvolvimento, Carolina Freitas, nem sempre o turnover é algo negativo, uma vez que a entrada e a saída de colaboradores promovem uma oxigenação da organização.
No entanto, ela observa, é preciso monitorar esses índices e traçar ações corretivas. Uma ferramenta eficiente, de baixo custo e fácil adoção nesse sentido, segundo ela, é a entrevista de desligamento. A partir dela, a empresa pode identificar os motivos da saída do funcionário e adotar ações pare reverter isso.
Fonte: Abrasnet