A canadense Brookfield está negociando uma série de possibilidades para seu negócio de shoppings no país, segundo fontes ouvidas ontem. Um dos planos envolve a venda de participação em empreendimentos que não são mais estratégicos, apurou o Valor. Entre esses ativos estão o West Plaza e o Raposo Shopping, em São Paulo, e o Madureira Shopping, no Rio.
Outra negociação envolve a entrada de um novo investidor em seu fundo de shoppings, cujos ativos principais são Pátio Higienópolis e Pátio Paulista, em São Paulo e RioSul Shopping Center, no Rio. Existem conversas há pelo menos seis meses entre a Brookfield e potenciais interessados – são eles Aliansce, Iguatemi e Multiplan. A ideia é fechar com uma empresa.
A BRMalls também estava envolvida nas negociações, mas não faz mais parte das conversas.
Em relação à venda do West Plaza, Raposo Shopping e Madureira Shopping, as sondagens de potenciais compradores vem ocorrendo há cerca de um ano.
Segundo um executivo próximo às empresas, se uma das companhias interessadas avançar nas negociação com o fundo, ela deve ficar com uma fatia entre 10% a 20% do portfólio de shoppings.
Paralelamente, há outra conversa em andamento relativa à gestão da carteira de empreendimentos do grupo, formada por seis shoppings. A Brookfield planeja terceirizar a administração dos empreendimentos nos próximos meses. Hoje, as empresas interessadas nesse acordo também são Aliansce, Iguatemi e Multiplan.
Quem se tornar sócio da companhia e fechar uma participação nos ativos deve ficar também com a gestão do portfólio.
De acordo com uma fonte a par do assunto, a Brookfield tem analisado já há algum tempo novas estratégias para sua operação no país, dentro do foco de ampliar a carteira em ativos “premium” ou “exclusivos”. Mas além disso, a empresa passou a analisar a hipótese de ter um parceiro estratégico na gestão porque não quer mais cuidar do dia a dia da operação de seus shoppings.
As negociações em torno do fundo que reúne os shoppings da companhia acabaram ganhando força após a saída do investimento de um grupo de cotistas – 10 do total de 14 investidores. Quatro deles se mantiveram no investimento – entre estes está a Brookfield.
A companhia chegou a cogitar formas de potenciais interessados entrarem no fundo de investimento. Poderia ser por meio de aporte de capital ou colocando parte dos ativos da empresa interessada. A Multiplan já teria acenado desinteresse nesse formato de aporte de um ativo.
Existe hoje uma demanda crescente de investidores pelas operações de empreendimentos mais maduros e com atuação mais consolidada em classes A e B, que são mais resistentes às crises.
Esse processo de consolidação mais recente levou a uma série de negócios nos últimos meses, especialmente de grandes grupos líderes aumentando sua participação acionária em ativos resilientes.
Procurada, a Iguatemi informou que não comenta rumores de mercado. A Aliansce e a Multiplan também não se manifestaram, assim como a Brookfield, que preferiu não comentar.
Fonte: Valor Econômico