Eles cumprem bem seu papel de fornecedores regionais mais lembrados pelos supermercados dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, conforme a 44ª Pesquisa de Reconhecimento de Marcas, feita por SM com 2.903 varejistas de todo o País. Suas marcas são a primeira ou segunda colocadas nessa região, apesar de não terem obtido percentual suficiente para se classificarem nacionalmente. Em comum, elas têm o fato de realizarem ações em loja para vender mais, buscarem um bom relacionamento com os varejistas locais e investirem em seus produtos.
Segunda colocada em índice de lembrança na categoria arroz, a mineira Codil Alimentos aposta no mix de produtos para atender os diversos perfis de varejo – da mercearia à grande rede. “Temos supervisores comerciais alocados em nossas principais regiões de atendimento, dando assim maior suporte a nossas negociações do dia a dia”, afirma André Abdo Costa, gerente de vendas e marketing da empresa.
Ele acrescenta às ações da indústria campanha em tabloides para anunciar as novas embalagens dos produtos, degustações e promoções. Tudo isso contribui para fortalecer a imagem da companhia entre os supermercadistas. “Temos como lema a aproximação com o varejo para, juntos, fomentarmos as vendas e atrair cada vez mais clientes nas lojas dos nossos parceiros. O trabalho de merchandising tem se fortalecido cada dia mais”, afirma o executivo. Ainda neste ano, a empresa vai lançar o arroz Codil Oriental, com foco na culinária japonesa, nas versões 1 kg e 5 kg. “Há regiões nas quais nosso espaço em gôndola chega a 90%. São clientes que entenderam que a Codil tem todo o mix que eles precisam e que agrada aos consumidores. Mas sabemos que há outros locais que precisam ser fortalecidos. Esse é o nosso objetivo para 2017”, explica Costa.
Vice-líder em share of mind em manteigas na região ES/MG/RJ com a marca Regina, a Barbosa & Marques concentra seus esforços em degustação nas lojas. “A experimentação de um produto de qualidade leva o consumidor a perceber o diferencial de sabor, entender o custo e repetir a compra, tornando-se fiel à marca”, afirma Marco Soares Rocha, gerente comercial.
Desde o ano passado, o volume de vendas cresceu, ressalta o executivo. “Acredito que isso seja decorrente de pesquisas recentes, que mostram os benefícios da gordura animal em detrimento da gordura ‘trans’ presente nas margarinas. Cada vez mais consumidores tomam conhecimento desse fato e migram para as manteigas. O movimento já foi observado pelos supermercadistas, inclusive com aumento da área de exposição do produto”, comenta o gerente comercial da empresa.
Para atender melhor os supermercados, foram realizados investimentos, como em automação dos processos de vendas, treinamento e aumento da equipe de vendas, reestruturação de entrega, etc.
Já as redes de supermercados veem benefícios em trabalhar com fornecedores da região. Para Ronaldo Teixeira, gestor-geral da rede Princesa, 26 lojas no Estado do Rio de Janeiro, o relacionamento costuma ser respeitoso, acolhedor e focado em desenvolver bons negócios para ambos. “Com isso, também prestigiamos empresas locais, que pagam impostos e geram renda, empregos e progresso ao município e Estado.”
Outra vantagem, diz ele, é a proximidade. “Normalmente os principais problemas estão relacionados à logística. Como os fabricantes estão perto, as soluções são mais rápidas”, afirma Teixeira.
Quem também vê benefícios ao trabalhar com fornecedores locais é a rede ABC, 33 filiais em Minas Gerais. “Somos uma empresa regional e procuramos nos alinhar e crescer cada dia mais com nossos parceiros regionais, sem nos afastarmos dos players nacionais”, diz Valdemar Martins do Amaral, presidente da empresa.
A rede abc trabalha com dois tipos de fornecedores regionais: os de itens industrializados e os que são produtores de hortifrútis e outros perecíveis. Como exemplo, Amaral cita um fornecedor de carne suína, que faz o abate e entrega diretamente na central frigorífica da rede, onde é feita desossa e produzidos alguns subprodutos. “Essa forma de negócio possibilita ter uma carne de excelente qualidade. Com isso, não precisamos negociar cortes separados”, afirma o presidente.
Convém, portanto, traçar planos conjuntos com indústrias locais, sempre de olho em formas de elevar as vendas ao cliente final.