Brasil abre 2016 com recorde de 59 milhões de inadimplentes, diz Serasa Experian
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016 16:44 BRST Imprimir | Uma página [-] Texto [+]
SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil iniciou 2016 com 59 milhões de pessoas com contas em atraso, o maior nível desde o início da série iniciada em 2012, refletindo o aumento do desemprego, informou nesta quinta-feira a Serasa Experian,
O dado aponta um aumento de quase 5 milhões de pessoas, ou 9,1 por cento, em relação a janeiro de 2015, no número de indivíduos com atraso de pelo menos 60 dias em algum compromisso financeiro.
Em volume financeiro, as dívidas em atraso, que incluem as financeiras como cartões de crédito, além de prestações de compras no comércio e mensalidades de serviços públicos (luz, água, telefone) chegam a 255 bilhões de reais.
Segundo a Serasa Experian, o avanço é estimativo, já que a entrada em vigor de uma nova lei em São Paulo, em agosto, que estabelece a inclusão na lista de inadimplentes apenas de pessoas que assinarem um documento reconhecendo a dívida, impede a totalização precisa dos dados, afirmou a companhia à Reuters.
Segundo pesquisa da Serasa Experian, 26 por cento das pouco mais de 8 mil pessoas entrevistadas apontaram o desemprego como principal causa dos atrasos.
O número vem num momento em que outros fatores, como a inflação e os juros altos, têm empurrado para baixo a confiança do consumidor no Brasil, que caminha para a pior recessão em mais de um século.
O Ministério do Trabalho divulgou nesta quinta-feira que o Brasil fechou 1,542 milhão vagas formais de trabalho no ano passado, sendo 596.208 somente em dezembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os dados marcam o pior resultado anual desde o início da série histórica em 1992. nL2N1551FM]
Na semana passada, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE já apontava para taxa de desemprego de 9 por cento no trimestre encerrado em outubro, nível mais alto da série iniciada em 2012, com 9,077 milhões de pessoas procurando trabalho.
Para evitar uma expansão ainda maior dos calotes, os bancos têm preferido conceder crédito em operações consideradas menos arriscadas, como consignado.
Agência Reuters – SP