As pessoas não sabem como será o amanhã. Então preferem não gastar, diz presidente da CDL
PUBLICADO EM 03/12/15 – 04h00
QUEILA ARIADNE
O povo vai gastar menos, mas não vai deixar de comprar presente. Segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o tíquete médio o gasto por presente vai cair de R$ 91,90 para R$ 89,53, mas 89% das pessoas entrevistas afirmaram que vão presentear. Mas, no geral, as previsões não são as melhores. Pela primeira vez desde que a CDL começou a pesquisar o faturamento do varejo no fim de ano, em 2006, as vendas de Natal terão queda.
A estimativa é que o varejo venda R$ 3,09 bilhões em dezembro, 2,15% a menos que os R$ 3,16 bilhões comercializados na capital mineira no mesmo mês do ano passado. É a primeira vez que não vamos crescer e, além de não crescermos, vamos dar marcha à ré e ficaremos pior do que em 2014, destaca o presidente da CDL-BH, Bruno Falci.
O levantamento feito junto a lojistas e consumidores mostrou que, enquanto 75,2% dos empresários apostam em vendas piores, 67% dos consumidores vão gastar menos do que em 2014. As pessoas não sabem como será o amanhã. Então preferem não gastar, afirma o presidente da CDL.
Segundo Falci,, toda a incerteza econômica está altamente agravada pela instabilidade política. É pedido de impeachment de presidente, é uma descrença generalizada da população. Tudo isso gera uma insegurança muito grande, ressalta Falci.
Ele afirma que, como não há perspectiva de melhora para 2016 e talvez até mesmo para 2017, a alternativa é manter o otimismo. Vamos trabalhar dobrado para aumentar a produtividade, destaca.
Presentes preferidos. Neste Natal, os presentes mais procurados serão roupas, calçados e brinquedos. Os eletrônicos, que já estiveram no topo, em tempos de bonança, agora são apontados como opção por apenas 6%. No ano passado, as pessoas compraram em média seis presentes. Agora, vão comprar quatro, afirma Falci.
Com medo da recessão, os consumidores darão preferência para compras à vista. A pesquisa indica que 55,3% dos entrevistados pretendem pagar os presentes com dinheiro, 28,5% no cartão de crédito e 14,6% no débito. Os dados indicam que as pessoas estão com medo de fazer novas dívidas, por isso darão preferência para o pagamento à vista, avalia.
Ainda segundo a pesquisa, um terço dos consumidores (32%) vai gastar até no máximo R$ 50 com presentes. Até R$ 100, serão 72,4%. E apenas 5,1% da população pretende gastar mais do que R$ 200 com presentes.
Campanha tenta trazer o ânimo
Cerca de sete em cada dez lojistas de Belo Horizonte não têm nenhuma meta para 2016. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Bruno Falci, o desânimo está diretamente relacionado ao cenário econômico, sem previsões de melhora. Está todo mundo inseguro, sem saber como vai ser, afirma Falci.
Para espantar esse clima de pessimismo, a CDL-BH resolveu lançar uma campanha de Natal. São 1.100 lojas participantes. A cada R$ 70 em compras, o cliente vai ganhar um cupom para concorrer a vales-viagem de R$ 5.000, vales-compra e um carro zero km. Também vamos oferecer prêmios para os lojistas e para os vendedores. Não vai resolver o problema da queda nas vendas, mas se tirar o desânimo dos empresários e dos funcionários já vai estar muito bom, destaca.
Com a situação do jeito que está, os empresários não estão nem conseguindo pensar a longo prazo. Temos que usar a criatividade para reduzir despesas e aumentar a produtividade, afirma Falci.
Comércio de bairro é o preferido
Quanto menor a renda, mais perto de casa os consumidores pretendem comprar os presentes. Em média, 39,9% vão dar a preferência para o comércio de bairro. Mas, separando por classes, enquanto 50% da classe E e 39,3% das classes C e D vão comprar perto de onde moram, na classe A, a maioria (27,5%) vai preferir os shoppings centers.
Os dados são de um levantamento da CDL-BH, com 296 pessoas. No geral, a preferência pelo bairro aumenta, considerando que 9,1% vão comprar em centros comerciais. Tem a ver com o custo da mobilidade e a segurança na hora de comprar, avalia o presidente da CDL, Bruno Falci. Os shoppings ficam em segundo lugar, com 19,3%.
O Tempo on-line – MG