Vendas de veículos novos devem ter 4o ano seguido de queda em 2016, prevê Fenabrave
terça-feira, 17 de novembro de 2015 16:29
SÃO PAULO (Reuters) – As vendas de veículos novos no Brasil em 2016 devem cair cerca de 5 por cento no próximo ano, a quarta queda anual consecutiva, estimou nesta terça-feira a associação que representa as concessionárias, Fenabrave.
A expectativa da entidade é de licenciamentos de 2,416 milhões de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no próximo ano ante uma previsão para este ano de 2,540 milhões de unidades, que deverá representar uma retração de 27,4 por cento sobre 2014.
“A falta de confiança dos consumidores e dos empresários é assustadora”, disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., a jornalistas, citando ainda o ambiente de inflação e juros elevados, peso da crise política e seleção mais rigorosa de crédito por parte dos bancos.
Segundo Assumpção, atualmente de cada 10 pedidos de financiamento de carro ou comercial leve, apenas três são atendidos pelos bancos.
A entidade afirmou que as vendas de automóveis e comerciais leves da primeira quinzena de novembro estão mostrando queda de cerca de 31 por cento sobre o mesmo período de 2014, a 105.213 unidades. Os licenciamentos de caminhões têm recuo de 57 por cento, a 2.750 unidades.
Para 2016, a projeção é de queda de 5,2 por cento nas vendas de carros e comerciais leves, a 2,32 milhões de unidades, enquanto os licenciamentos de ônibus novos devem ter queda de 4,2 por cento, a 19 mil unidades.
Se recuperando de parte do tombo de mais de 50 por cento neste ano, o segmento de caminhões deve mostrar alta de 6,8 por cento nas vendas em 2016, a 75 mil unidades, segundo a Fenabrave. Assumpção citou além da fraca base de comparação com este ano a perspectiva de safra agrícola recorde do Brasil no próximo ano e possibilidade de início de um programa de renovação de frota apoiado pelo governo federal.
“O governo está pronto para aprovar, está nos estágios finais”, disse o presidente da Fenabrave, acrescentando, no entanto, que a fonte de recursos para o programa ainda não foi definida.
Para Assumpção, o clima de incerteza deve impactar em breve também o segmento de veículos usados, que até recentemente vinha mostrando crescimento das vendas diante de consumidores com orçamentos mais restritos. “Neste fim de ano, imaginamos que as pessoas vão dar prioridade para o pagamento de dívidas, o que vai afetar as vendas de usados e seminovos”, disse o presidente da Fenabrave.
Agência Reuters – SP