29/10/2015 às 05h00
Por Gustavo Brigatto | De São Paulo
Com a aprovação dos acionistas e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a compra da Bematech, a Totvs está dando os primeiros passos na integração das operações. Começaram a ser avaliadas as sinergias entre os dois negócios, mas o processo só deve acelerar mesmo nos primeiros meses do ano que vem. “O quarto trimestre é muito importante para o mercado de tecnologia. Queremos mexer o mínimo possível na estrutura para conquistar as vendas do período”, disse Rodrigo Kede, diretorpresidente da Totvs. O terceiro trimestre foi o primeiro do expresidente da IBM no comando da Totvs, empresa brasileira de softwares de gestão. Segundo o executivo, a expectativa é que a maior parte da integração esteja concluída no fim do primeiro semestre de 2016. A compra da Bematech, anunciada em agosto por R$ 550 milhões, faz parte da estratégia do grupo de buscar novas áreas de expansão. Na avaliação de Kede, boa parte do crescimento nos investimentos em tecnologia no Brasil virá de pequenas e médias empresas. “Com a Bematech nos tornamos um ponto de contato único para esse segmento”, disse. Acelerar o crescimento é uma necessidade para a Totvs à medida que a companhia muda seu modelo de negócios, baseado na venda de licença de softwares, para o formato de assinatura de serviços, que tem um tíquete médio menor. No terceiro trimestre, a receita com serviços cresceu 20%, para R$ 33,2 milhões. Ao todo, foram adicionados 773 clientes nesse modelo, mais que os 567 do tradicional. Esse tipo de oferta impulsionou o crescimento de 4,2% na receita da companhia, que chegou a R$ 464,5 milhões. O lucro líquido avançou 5,2% para R$ 71,7 milhões. Os números são bem menos expressivos que os registrados pela companhia em anos anteriores. Kede admite que é preciso fazer mais, mas avalia que o desempenho foi melhor que o do segundo trimestre do ano aumento de 2,7% na receita e queda no lucro. “No cenário atual, poucas empresas têm conseguido crescer receita e lucro, o que significa que estamos executando bem. E o segundo trimestre nunca foi pior que o primeiro no mercado de tecnologia.”
Valor Econômico – SP