02/09/2015 às 05h00
Por Chiara Quintão e Stella Fontes | De São Paulo
As vendas totais de revestimentos cerâmicos vão crescer 1,45% neste ano, conforme projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer). No primeiro semestre, o volume comercializado pelo setor aumentou 1,5% ante o mesmo período de 2014, para 458 milhões de metros quadrados, o que levou a Anfacer a fazer pequena revisão da estimativa de expansão, que era de 1,6% para 2015. De janeiro a junho, as vendas internas aumentaram 1%, para 420 milhões de metros quadrados, enquanto as exportações cresceram 7%. O desempenho das vendas para construtoras ficou aquém do esperado, enquanto as exportações superaram a expectativa inicial, devido ao câmbio, de acordo com o diretosuperintendente da Anfacer, Antonio Carlos Kieling. “As vendas para o varejo se mantiveram razoavelmente estáveis. Houve queda, mas os estoques se esgotaram e foram repostos”, diz. A projeção de alta das vendas internas neste ano em relação a 2014 foi revisada de 1% para 0,8%, e a estimativa de exportações passou de 9% para 12,3%. A variação total das vendas projetada para o ano teria caído mais se não fosse o incremento das exportações, de acordo com Kieling. Para a produção, a entidade estima expansão de 5%. Segundo ele, o setor vai encerrar o ano com capacidade instalada de 1,105 bilhão de metros quadrados, produção de 950 milhões de metros quadrados, vendas internas de 860 milhões de metros quadrados e exportações de 77, 78 milhões de metros quadrados. O desempenho do setor cerâmico destoa dos resultados consolidados do setor de materiais de construção. As vendas internas voltaram a mostrar forte retração em agosto, com queda de 10,9% ante o mesmo mês de 2014, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Frente a julho, porém, houve alta de 4,1%. No acumulado até agosto, as vendas do setor recuaram 10,1%. Em nota, o presidente da Abramat, Walter Cover, afirmou que a demanda por materiais pode ter alcançado o fundo do poço. “O mercado continua deprimido”, diz o executivo. A expectativa é que as vendas de materiais de acabamento continuem a cair mais do que as dos itens de base, em função do final do ciclo imobiliário iniciado em 2012/2013. A Abramat projeta retração de 7% nas vendas em 2015.
Valor Econômico – SP