06/08/2015 13:37
Por Cibelle Bouças
SÃO PAULO A Cia. Hering informou hoje, em teleconferência para investidores e analistas de mercado, que
vai manter o plano de investir ao longo do ano em torno de R$ 100 milhões, mantendo o mesmo nível de 2014.
Este é o ano de pico de investimentos para a companhia, devido à construção da nova unidade em Goiás e de um
desembolso importante em automatização do centro de distribuição. A partir de 2016, o investimento deve voltar
a níveis mais baixos, afirmou Frederico Oldani, diretor financeiro e de relações com investidores da Cia. Hering.
Em relação à abertura de lojas, o executivo disse que a companhia não tem uma previsão formal, mas que espera
encerrar o ano com alguma abertura líquida. Não queremos nos comprometer com o número. Este é um momento
que exige mais cautela na abertura de lojas, afirmou Oldani. No ano passado, a companhia já havia reduzido a
meta de abertura de lojas de 100 para 75, devido à deterioração do cenário macroeconômico e de dificuldades
internas para retomar o crescimento das margens de lucro.
No segundo trimestre do ano, no entanto, a companhia como um todo abriu sei lojas e fechou outras cinco,
encerrando o período com 826 unidades entre Hering Store, Hering For You, PUC e Hering Kids.
Oldani disse que algumas lojas foram fechadas por desempenho fraco, mas houve casos de realocação de pontos
de venda. Uma das lojas foi fechada em Sorocaba [SP] porque o shopping center fechou, outra unidade foi
realocada e já entrou em operação de novo em julho, disse o executivo.
Oldani afirmou que a companhia ainda deve fechar outras unidades até o fim do ano, mas serão ajustes pontuais
e em magnitude pouco importante. Na rede PUC talvez haja um risco um pouco maior de fechamento de
unidades, mas nada que altere muito a composição da rede existente hoje, afirmou.
Câmbio
A empresa informou que tem trabalhado na redução de importados e na melhor gestão do abastecimento das lojas
para melhorar as margens de lucro da companhia no futuro. Mesmo assim, a fabricante e varejista de moda ainda
deve apresentar retração nas margens de lucro no terceiro trimestre.
O câmbio tem colocado desafios para o abastecimento, mas não é o ponto que mais prejudica a margem. A
margem de lucro é mais prejudicada pela sobra de coleções passadas, afirmou o diretor Frederico Oldani.
Oldani disse que a empresa vai substituir parte dos produtos importados por fabricação própria no Brasil. A
empresa, no entanto, não abre qual seria esse volume de substituição de importações. O executivo disse apenas
que algumas linhas terão uma redução importante no peso de itens importados no mix de produtos.
Oldani também disse que a empresa fez operações de proteção à variação cambial (hedge) para até o primeiro
trimestre do próximo ano e que essas operações devem cobrir uma parte das coleções de 2016. Como tem havido
muita variação no câmbio, a empresa precisa trabalhar com mais inteligência na definição de preços desses itens
nas lojas, disse.
A companhia também informou que fez muitas promoções no segundo trimestre para reduzir o nível de estoques,
o que ajudou a provocar a queda de 20,1% no lucro líquido no período. Para o terceiro trimestre, a empresa
também planeja fazer mais promoções em relação ao ano passado para dar continuidade ao seu plano de reduzir
estoques. A estimativa é terminar de limpar o excesso de estoques até o fim de outubro, para ter as lojas bem
abastecidas com a coleção de alto verão, disse Oldani.
Como resultado, a companhia espera para o terceiro trimestre margens de lucro mais baixas em relação ao terceiro
trimestre de 2014. Se a queda na margem vai ser maior ou menor do que no segundo trimestre, vai depender do
desempenho de vendas, mas certamente haverá ainda contração no terceiro trimestre, disse o executivo.
Valor Econômico on-line – SP