20/07/2015 às 05h00
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
O grupo Rosset, dono das marcas de moda íntima Valisere, Valfrance, Triumph, Agua Doce, Cia Marítima, Sloggi e Classic, desenvolveu um projeto de franquias de custo mais baixo, para dar andamento ao seu plano de expansão no varejo. A meta é abrir em torno de 25 lojas ainda neste ano. Na nova rede de franquias, que vai levar a marca Valisere Brands, as lojas terão em torno de 60% do estoque com produtos da marca Valisere e o restante será composto com outras marcas da companhia. “Nesse modelo o franqueado consegue adaptar a loja ao gosto do público. E pode lidar melhor com a sazonalidade do mercado. Por exemplo, pode ampliar a oferta de moda praia no verão”, disse Gustavo Rosset, presidente da Valisere. A loja no novo formato exige investimento inicial de R$ 200 mil a R$ 220 mil. É um valor similar ao aporte para abrir unidades de concorrentes, como Hope (R$ 200 mil) e Marcyn (R$ 220 mil). A franquia da loja Valisere demanda um desembolso inicial de pelo menos R$ 400 mil. De acordo com Gustavo Rosset, existem no momento 14 candidatos a franqueados para abrir lojas no novo modelo. O plano da companhia é chegar a abrir 25 unidades do tipo até o fim do ano. Segundo o executivo, a meta até 2017 é chegar a 150 lojas, entre unidades da Valisere e Valisere Brands. Atualmente, o grupo Rosset possui 32 lojas da Valisere, das quais sete são unidades próprias e o resto são franquias. O executivo disse que vê espaço para abertura de 20 a 30 lojas no formato tradicional nos próximos três anos. A abertura de lojas próprias ou franquias tem sido adotada por fabricantes de lingerie como uma estratégia para reforçar marcas e obter espaços mais privilegiados no varejo. O grupo Rosset também vende parte da sua produção para redes de varejo multimarcas. Gustavo Rosset disse que, neste ano, sentiu uma pressão menor de produtos importados da China por conta da alta do dólar. “Com o dólar a R$ 3,20, a produção nacional fica mais competitiva. Tem havido mais procura de magazines pelo produto nacional”, afirmou. De acordo com dados do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), o consumo de moda íntima no país terá um incremento de 0,8% em 2015, em relação a 2014, chegando a 561 milhões de peças. Para a produção, o Iemi projeta expansão de 1,5% neste ano, para 517,6 milhões de peças. A importação é estimada em 49,3 milhões de peças, com queda de 6% no ano. O executivo disse que a decisão do governo de mudar a regra de desoneração da folha de salários traz uma elevação nos custos de produção que praticamente equipara a produção nacional aos produtos importados com o dólar atual. O projeto de mudança na desoneração da folha estabelece para o setor um aumento da alíquota sobre o faturamento de 1% para 1,5%. “Esse custo, somado ao aumento da energia, do frete, de matériasprimas, reduz em muito a competitividade”, disse. O Grupo Rosset tem como meta para o ano ter um faturamento de R$ 820 milhões a R$ 850 milhões, ante R$ 750 milhões em 2014.
Valor Econômico – SP