22/05/2015 Segundo a OCDE, a desigualdade é grande nos emergentes, mas vem diminuindo no Brasil A desigualdade entre ricos e pobres atingiu um nível recorde na maioria dos países da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e é ainda mais significativa em boa parte das economias emergentes, afirma um relatório da organização, que destaca em particular as diferenças entre homens e mulheres. Dentro da OCDE, que reúne 34 países, o grupo de 10% das pessoas mais ricas têm agora uma renda 9,6 vezes superior aos 10% mais pobres. A proporção era de 7,1 vezes nos anos 1980 e de 9,1 na década passada, segundo o relatório InItTogether: Why Less Inequality Benefits All(Nisso Juntos: Por que menos desigualdade beneficia a todos). As desigualdades são ainda mais fortes em termos de patrimônio. Entre os principais fatores que explicam este cenário estão as novas tecnologias, reformas regulatórias e a modificação nos mercados de trabalho após o início do processo de globalização. Os Estados Unidos (onde os 10% mais ricos ganham 16,5 vezes mais do que os 10% mais pobres) e Israel (onde os ganhos dos 10% mais ricos correspondem a 15vezesos dos mais pobres) são os países ricos mais desiguais. Os menos desiguais são Dinamarca, Eslovênia, Eslováquia e Noruega. As desigualdades nos países da OCDE são mais expressivas no Chile, México, Turquia, Estados Unidos e Israel. O problema é ainda maior nos grandes países emergentes, mas está reduzindo em muitos deles, especialmente na América Latina, em particular no Brasil, destaca o relatório. Atingimos um ponto crítico. As desigualdades nos países da OCDE nunca foram tão altas desde que começamos a medir, afirmou o secretário-geral da organização, Angel Gurría, ao apresentar o documento em Paris, ao lado de Marianne Thyssen,comissária europeia para o Emprego. Ao não atacar o problema das desigualdades, os governos fragilizam o tecido social de seus países e comprometem seu crescimento econômico a longo prazo, completou Gurría. De acordo com as estimativas, o aumento das desigualdades, entre 1985 e 2005, nos 19 países da OCDE analisados, reduziu o crescimento em 4,7 pontos percentuais acumulados entre 1990 e 2010. Para reduzir a desigualdade e estimular o crescimento, a OCDE recomenda aos governos que promovam a igualdade entre homens e mulheres em termos de empregos, que ampliem o acesso a trabalhos mais estáveis e que estimulem os investimentos em educação e formação ao longo de toda a vida ativa. Entre 1995 e 2013, mais da metade dos empregos criados nos países da OCDE eram de tempo parcial,temporários ou envolviam trabalhadores independentes. Mais de 50% dos empregos temporários estavam ocupados por pessoas com menos de 30 anos. Com relação às mulheres, as probabilidades de ocupar um emprego remunerado são 16% inferiores às dos homens. Além disso, as remunerações são 15% inferiores às dos homens. Nesse capítulo, o Brasil é tido como exemplo devido às melhorias das condições dos empregados domésticos (predominantemente mulheres).
Brasil Econômico – SP