As duas agências já pertenciam ao grupo francês Publicis, que espera que o Brasil seja, em breve, um dos cinco mercados mais importantes para o conglomerado
Gabriela Murno
gmurno@brasileconomico.com.br
O grupo francês Publicis anunciou ontem a fusão das agências DPZ e Taterka no Brasil, formando a DPZ&T, que já nasce grande.
Somados os faturamentos das duas empresas no ano passado, a DPZ&T estaria na 13ª posição (ocupada pela Leo Burnett, também do conglomerado).
DPZ e Taterka figuravam, no ano passado, nas 21ª e 29ª colocações, respectivamente, segundo ranking do Ibope Media, que relaciona as maiores agências brasileiras.
Ambas empresas já pertenciam à Publicis Worldwide Brasil (PWW) e a união já era esperada desde dezembro de 2013, quando o Publicis Groupe concluiu a compra da totalidade dos papéis da DPZ, mas só foi confirmada ontem.
O Publicis faturou 7,2 bilhões em 2014, e espera atingir 9,2 bilhões neste ano.
Com a fusão, a DPZ&T inicia sua atuação com clientes de peso como McDonald’s, Itaú, Natura, Coca-Cola, Vivo e Bombril em seu portfólio.
E o ex-sócio da Taterka, Eduardo Simon, vai comandar a nova agência, que ganhará também nova sede.
Tonico Pereira, principal executivo da DPZ, assume como principal executivo de operações.
A PWW inclui ainda Publicis Brasil, Salles Chemistri, Talent e AG2 Nurun.
O grupo francês, terceiro maior conglomerado de comunicações do mundo, ainda é dono das agências Neogama/BBH, Leo Burnett Tailor Made e F/Nazca Saatchi & Saatchi.
Além do MSL Group, de relações públicas.
Segundo o CEO do Publicis Groupe,Maurice Lévy, a fusão entre as duas empresas aconteceu de forma natural e ajudará o grupo a ser ainda maior no futuro, já que reúne a tradição da DPZ no Brasil, com a excelente execução da Taterka.
O principal objetivo é dar aos clientes brasileiros mais possibilidades, inclusive nos meios digitais, que hoje já são mais de 50% do faturamento do grupo francês.
A meta é que essa fatia chegue a 60% nos próximos anos.
A combinação será muito boa não só para o mercado brasileiro, como também para o latino americano e até para as bases globais, disse ele, não descartando novas aquisições no país em um futuro próximo.
O primeiro investimento que fizemos com sucesso, quando decidimos ter atuação global, foi aqui no Brasil (…) Acreditamos muito no país.
Lévy destacou que a concorrência no Brasil, país repleto de pequenas agências, mas que também conta com a presença de grandes conglomerados, não assusta.
Preocupados, certamente não estamos (…) Mas também não podemos olhar para o Brasil como um mercado emergente quando falamos de criatividade e publicidade. Todas as agências daqui são muito boas e as pessoas são muito talentosas, declarou, acrescentando que brasileiros estão sendo contratados para atuar em países como França, Portugal, Espanha, Reino Unido e até nos Estados Unidos.
De acordo com o executivo, ainda há muitas oportunidades no mercado brasileiro, e a fusão dá à nova agência um forte diferencial competitivo.
A união nos torna um player muito forte no país, disse ele.
Um dos objetivos é que o Brasil seja um dos cinco mercados mais importantes para o grupo.
Atualmente, o país ocupa a 8ª posição.
No mercado global, o Publicis Groupe concluiu recentemente a compra da agência Sapient, por US$ 3,7 bilhões.
Atualmente no radar, ponderou Lévy, estão apenas aquisições pontuais ele não deu detalhes , para completar o portfólio em alguns mercados.
Mas primeiro precisamos integrar a Sapient, desenvolver novas abordagens de comunicação, e integrar os clientes, antes de pensarmos em novas aquisições, ressaltou.
Quanto ao futuro da publicidade mundial, o CEO do Publicis Groupe acredita que a combinação do analógico com o digital será o caminho, e considera a aposta somente no digital um erro, principalmente das novas agências.
Eu nunca uso a palavra tradicional’, quando falamos de agências (…) Eu penso que se hojejá temos 50% das nossas receitas direcionadas para o digital, ele é muito importante,mas quem pensar que ele será a única coisa no futuro está errado. Muita gente pensa que o futuro será 100% digital, mas eu discordo totalmente disso, disse.
Brasil Econômico – SP