11/05/2015 Léa De Luca First Data anuncia hoje nova parceria com canal de distribuição, fecha em julho com outro banco e promete desbancar a GetNet até 2017. Stone, Vero, Elavon e Global Payments também afiam armas contra Cielo e Rede A briga entre as novas credenciadoras de maquininhas de cartões de crédito e débito promete esquentar neste ano. No mês que vem, acaba de vez a exclusividade que ainda existe algumas bandeiras menores ainda são aceitas apenas em uma determinada máquina, como é o caso da HiperCard com a Rede. Com isso, as desafiantes das líderes Cielo e Rede, que vem se preparando para essa abertura, arregaçam definitivamente as mangas. Uma delas, a First Data, maior credenciadora de cartões dos Estados Unidos, anuncia hoje uma nova parceria com outro canal de distribuição, a Conekta. Segundo a presidente do grupo no Brasil, Debbie Guerra, a meta é ultrapassar a GetNet, do Santander, e ocupar a terceira posição no mercado brasileiro em dois anos. Para isso, além de novas parcerias como a de hoje com a Conekta (empresa de recarga de pré-pagos), decidiu focar na prestação de serviços aos estabelecimentos comerciais e em alianças com bancos regionais e médios. Em julho, diz Debbie, a empresa anuncia outra aliança com um banco. A First Data entrou no Brasil em 2012, mas só começou a operar com sua maquininha, a Bin, em outubro do ano passado. Desde então, já conquistamos 10,2 mil estabelecimentos, diz Debbie. O volume, no entanto, ainda é pequeno para colocar a First Data nas estatísticas de market share. Hoje, as maiores do mercado são propriedade dos maiores bancos de varejo – Cielo é do Banco do Brasil e Bradesco, e a Rede é do Itaú. E a terceira colocada é do Santander. A Stone tem o BTG e o Banco Pan e Caixa por trás; a Elavon tem o Citi, a Vero, o Banrisul e a Global Payments com o Banco de Brasília. A First Data não tem um banco por trás para usar como canal de vendas. Em compensação, essa desvantagem lhe dá maior flexibilidade. Nós não oferecemos ameaça para os bancos menores, como Cielo e Rede oferecem, diz Debbie. Ao instalar as maquininhas de cartões nos estabelecimentos, os bancos colocam um pé dentro do cliente – portanto, ficam a um passo de roubá-los do banco com o qual esses estabelecimentos tem relacionamento. Atualmente, quase 90% do mercado brasileiro de credenciamento de cartões está dividido entre Cielo, em primeiro lugar e Rede, em segundo. A GetNet fechou o primeiro trimestre deste ano com 10% do mercado, segundo o Santander – e tem a meta de conseguir 20% do mercado. A Elavon tem 50 mil estabelecimentos credenciados e 30 parceiros que distribuem as maquininhas, e elegeu nichos subatendidos aqueles onde o uso de cartões ainda é incipiente, como o de pagamentos recorrentes para explorar e crescer no país. No entanto, há rumores de que esteja à venda e um dos interessados seria a Caixa, segundo fontes que preferem não se identificar. Embora a briga com as maiores do mercado seja dura, o credenciamento de cartões dá acesso a operações muito rentáveis como a antecipação dos recebíveis. Foi de olho nesse negócio que o Santander se associou e depois, comprou a GetNet. A First Data também está de olho nesse nicho. A captura de transações é commodity; o diferencial é a qualidade da prestação de serviços, diz Debbie. A Stone foi lançada em 2013 pelo Banco Pan, BTG e ex-donos da Braspag e iniciou suas operações há pouco mais de um ano. Segundo a empresa, até agora já conquistou mil clientes. A empresa está em fase final de negociação com três varejistas para prestar serviços em larga escala – seja de mobile payment, e-commerce ou transferência de fundos (TEF). Stone quer chegar a 5% de participação no mercado até 2020. Outra área de ataque das menores são os pagamentos online. Mesmo com economia mais fraca o mercado de pagamentos eletrônicos no Brasil ainda apresenta excelentes oportunidades. O crescimento neste ano deve ficar em 15%, diz Debbie. A First Data prepara para junho o lançamento do Bin Mobile, para smartphone.
Brasil Econômico – SP