O indicador anual de dívidas em atraso com o comércio registrou, em março, a quinta queda consecutiva na série histórica calculada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). A variação negativa foi de -0,82% na comparação com o mesmo mês de 2014.
Os índices dos últimos seis meses encerrados em março:
outubro: 0,02%
novembro: -0,28%
dezembro: -1,01%
janeiro: -0,54%
fevereiro: -,12%
março: -0,82%
O comércio varejista detém quase a totalidade das pendências devidas no comércio: 92%, seguido pelo setor do atacado (6%) e pelo comércio de automóveis (2%).
O número de dívidas não pagas apresenta tendências distintas dentre as categorias que compõem o comércio varejista.
Algumas altas na inadimplência:
supermercados, armazéns, lojas de departamento e variedades: 26,85%
artigos culturais, recreativos e esportivos: 6,62%
produtos alimentícios, bebidas e fumo: 5,30%
produtos farmacêuticos: 2,02%
As variações negativas:
artigos de informática e comunicação: -17,47%
combustíveis: -7,07%
materiais de construção: 0,19%
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a tendência de queda da inadimplência no comércio como um todo e de desaceleração em alguns segmentos reflete a difícil conjuntura macroeconômica pela qual o país atravessa. “Além dos juros e da inflação em patamares elevados e da perda de dinamismo do mercado de trabalho, que influenciam fortemente a confiança dos consumidores, os estabelecimentos comerciais estão mais seletivos na concessão de crédito, fato que tem como consequência imediata a redução da quantidade de atrasos nas compras parceladas”, comenta.
Menos dívidas – Embora o comércio tenha a segunda maior participação no número total de dívidas não pagas no Brasil (20,42%), atrás apenas dos bancos (47,71%), nos últimos anos o setor vem perdendo força relativa na comparação com os demais segmentos. Em 2010, por exemplo, o comércio era responsável por mais de um quarto (26,6%) de todas as dívidas em aberto no país. Em cinco anos houve uma queda de 6,18 pontos percentuais de participação. Uma das razões que ajudam a explicar essa mudança, segundo os economistas do SPC Brasil, é a substituição do financiamento próprio das lojas, geralmente crediário, pelo cartão de crédito bancário.
Adultos devem mais – A maior parte das dívidas pertence aos consumidores adultos com idade entre 30 e 39 anos (30%). O destaque da inadimplência de pessoas físicas com o comércio varejista foi na região Centro-Oeste, onde o crescimento foi mais expressivo: 5,25%. Em segundo lugar aparece a região Norte (5,13%), seguida pelas regiões Sudeste (2,47%) e Sul (1,77%). Na outra ponta, destoando das demais regiões brasileiras, o Nordeste registrou leve queda de 0,16%.
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