15/04/2015 05:00
Por Carolina Mandl
As transações bancárias realizadas pela internet e por dispositivos móveis ultrapassaram no ano passado, pela primeira vez, as operações mais tradicionais, como aquelas feitas nas agências, na central de atendimento telefônico ou no caixa eletrônico. Segundo pesquisa sobre tecnologia bancária divulgada pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), os canais alternativos à rede física atenderam 52% dos 46 bilhões de transações bancárias feitas no ano passado no Brasil. Em relação a 2014, houve alta de cinco pontos percentuais. Parte do avanço pode ser explicada pelo maior uso do telefone celular e dos tablets pelos correntistas. O volume de operações feitas por esses aparelhos passou de 6% do total em 2013 para 12% no ano passado. O chamado “mobile banking” ultrapassou até a importância das agências, responsáveis por 8% das transações. “A tendência é que [o mobile] represente algo próximo da internet”, diz Gustavo Fosse, diretor de tecnologia bancária da Febraban. Em 2014, passaram pela internet 41% das operações. Há, porém, diferenças entre as modalidades de transação feitas em cada tipo de canal. Nas agências, 72% das operações têm movimentação financeira, enquanto na internet são 18%, e no celular, 4%. Mesmo nos caixas eletrônicos, metade das transações não envolve dinheiro, uma média que se mantém praticamente estável pelo menos desde 2012. São, por exemplo, consultas de saldo ou retirada de extratos bancários.
O levantamento da Febraban também apontou mudanças na expansão da rede física dos bancos. Depois de anos de crescimento, o número de agências manteve-se estável em 23 mil no ano passado. Como o número de contas no país cresceu, mais correntistas passaram a ser atendidos por um ponto bancário. De 30 agências para cada 100 mil adultos bancarizados, chegouse a 28. O parque de caixas eletrônicos encolheu 4%, para 159 mil em 2014. Segundo Fosse, isso se deve a uma consolidação dos ATMs entre os bancos. A Febraban nega, mas as recentes explosões de caixas com dinamite também têm levado os bancos a retirar as máquinas de alguns locais. A pesquisa, feita com a consultoria Strategy&, usou informações de 20 instituições financeiras, responsáveis por 95% do total de agências no país e por 90% dos ativos bancários.
Valor Econômico – SP