24/03/2015 às 05h00
Por Vanessa Barone | Para o Valor, de São Paulo
Se até as palavras, o vento leva. Ideias, então, quando não postas em prática evaporam rapidamente. E é para evitar que boas ideias se percam que os eventos de “startups” costumam ocorrer.
Reunindo mentes criativas com veteranos do mercado e especialistas no assunto (no caso de eventos temáticos), é possível tirar um projeto do papel (ou da cabeça) e transforma-lo em algo concreto. No caso do Startup Weekend Fashion & Tech (SWFT), que ocorre de 27 a 29 de março no Senac (Unidade Lapa), os projetos a serem apresentados, discutidos e - em alguns casos - viabilizados serão das áreas de moda e beleza.
A intenção é promover a inovação, propor tecnologias, soluções de gestão e de logística para o segmento de moda e beleza. Essa primeira edição, no Brasil, do SWFT terá o patrocínio de empresas como Renner, Senac, TroposLab, Fashion Snoops, Petiscos, Descola, Google for Entrepreneurs, Amazon Web Services, Abest e Dujour. “O grande mérito do evento está na reunião de pessoas”, explica o designer Rafael Machado Martins, um dos organizadores do SWFT. “A criação de novas empresas é uma das consequências possíveis”.
Martins que tem o desenvolvimento de vários “apps” no currículo - é coordenador de conteúdo digital da Notiluca (marca de óculos de madeira) e
representante regional da Shippify: “startup” de origem equatoriana que
criou um aplicativo de logística expressa. Ao lado dele, na idealização do evento, está a designer e editora de moda Jussara Romão, a administradora de empresas Nathália Tavares (da TroposLab, uma academia de empreendedorismo e inovação) e o empresário Nicholas Kneip (Agrid).
A SWFT vai funcionar como uma espécie de concurso ao mesmo tempo em que submete os projetos de novos negócios a um processo de “coaching” expresso. Quem quiser expor a sua ideia ao escrutínio alheio, precisa se
inscrever até a próxima quinta-feira (pelo site bit.ly/FashionTechWeekend).
Apenas 100 vagas foram colocadas à disposição de profissionais ou
estudantes. Na primeira parte do evento, os participantes apresentam suas
ideias para todos. Somente as mais votadas pelo júri passarão para a segunda
etapa. “Ao longo do encontro, as equipes terão a chance de trocar informações e tirar dúvidas com os coaches”, diz Martins. Uma vez formatados, os projetos serão expostos a um júri composto pelo empresário
Anderson Birman (da Arezzo), Luiz Moraes (da grife Patricia Bonaldi), Felix
Scheuffelen (do Fundo Redwood) e Paulo Renato Cabral (do Grupo Instituto
Inovação).
De acordo com Martins, nas 54 horas de imersão, dentro do evento, os
participantes terão a chance de aprender metodologias para viabilizar novos
empreendimentos, além da oportunidade de validar seus produtos e serviços
com futuros clientes.
Para Jussara Romão, que foi diretora de moda da revista “Elle” e hoje possui
a sua própria agência de conteúdo, existe uma dificuldade de compartilhar
informações dentro de grandes empresas, atualmente. “Ter departamentos de ‘startups’ dentro de companhias de varejo, por exemplo, é fundamental”,
diz Jussara. “É uma maneira de olhar para o futuro e também para os novos
desejos dos consumidores.”
Segundo Martins, é difícil imaginar o que vai surgir a partir do evento. Mas
há algumas apostas: “”Há problemas a serem resolvidos nos e-commerces
principalmente na questão da logística”, diz Martins. Jussara aponta também
para a pouca atenção dada às mudanças no comportamento do consumidor.
“As empresas precisam ouvi-los, saber do que precisam”, diz editora de moda.
O Startup Weekend já ocorre há cinco anos fora do Brasil e há dois por aqui,
envolvendo as mais diversas áreas de negócios. Com o foco nos segmentos
moda e beleza, o evento já é realizado em Paris, Milão, Londres e Nova York.
Valor Econômico – SP