18/03/15 – 13h48
Diretoria do sindicato da categoria conta que ainda não possível estimar o número de adesões porque elas está acontecendo de forma gradativa ao longo do dia
Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Minas Gerais estão em greve por tempo indeterminado desde o início da madrugada desta quarta-feira (18). A paralisação tem alcance nacional e já conta com a participação de outros cinco Estados do país.
Nove bases sindicais aderiram a greve. Em Minas Gerais, Bahia, São José do Rio Preto (SP) e Campinas (SP), foi deflagrada a greve por tempo indeterminado. Os Estados do Paraná e de Santa Catarina declararam greve por 48 horas, nessa quarta e quinta-feira (18 e 19/03). Já o sindicato do Mato Grosso, da Paraíba e do Vale do Paraíba (SP) entraram em greve por 24 horas.
A informação é da diretora do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais (Sintect-MG), Irani Fernandes, que lembra que a principal luta da categoria é contra a privatização da empresa.
“Não é possível fazer uma estimativa da porcentagem de trabalhadores que estão parados pois a cada instante chega a informação de novas adesões no interior do Estado e também na região metropolitana de Belo Horizonte, mas um número expressivo de funcionários já aderiu a greve”, afirma. A diretora ressalta ainda que a privatização está sendo realizada aos poucos e afirma que “a CorreiosPar foi criada para acelerar esse processo”.
Além de o eixo principal ser a luta contra a privatização, outros aspectos também causam a insatisfação dos trabalhadores: “a redução nos direitos dos trabalhadores, a discussão a respeito do vale alimentação, do plano de saúde e o rombo no fundo de pensão que será repassado aos trabalhadores também estão na pauta de negociações”, comentou Fernandes.
Os funcionários realizam uma caminhada desde 13h desta quarta, a partir da agência dos Correios localizada na avenida Afonso Pena, no centro da capital, com destino a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde participarão de uma audiência pública marcada para as 14h30.
Conforme informou os Correios de Minas, por meio de sua assessoria de imprensa, os trabalhos não foram afetados pela greve. Toda a rede de atendimento está aberta e todos os serviços, inclusive a entrega de Sedex e o Banco Postal, estão disponíveis.
Ainda segundo a instituição, do total de 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios, 19 não estão promovendo movimento de paralisação; cinco optaram por não aderir; três ainda irão realizar assembleias e nove deflagraram paralisação parcial na noite de terça.
O levantamento feito pelos Correios, na noite desta quarta-feira (18), aponta que 98,66% do efetivo total da instituição no Brasil está presente e trabalhando o que corresponde a 118.695 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.
Nos locais em que há paralisação, o movimento está concentrado na área de distribuição do total de 11.219 carteiros que deveriam trabalhar hoje nos oito Estados, 1.485 não compareceram (13,24%), segundo a assessoria de imprensa.
Ainda segundo os Correios, em MG o número de empregados que aderiram ao movimento de paralisação é de 134 funcionários, o que representa somente cerca de 1% do efetivo do estado – assim pode ocorrer atraso na entrega de cartas e encomendas.
Leia nota dos Correios sobre as revindicações:
“1) CorreiosPar x Privatização
Não existem planos para privatização da empresa. No início deste ano a estatal apresentou um projeto de reestruturação interna, que não possui qualquer relação com o capital dos Correios, que permanece 100% público. A criação de subsidiárias faz parte do processo de revitalização e fortalecimento dos Correios, com base na legislação, para diversificar sua área de atuação, rentabilizar a estrutura existente e garantir a sustentabilidade da empresa. Atualmente estão em andamento projetos para criação de empresas para atuar nos segmentos financeiro, de comunicação digital e de logística integrada. Essas instituições serão administradas pela CorreiosPar – subsidiária de capital 100% estatal – em um modelo de administração que já é adotado hoje por empresas públicas brasileiras.
2) PostalSaúde x CorreiosSaúde
O assunto já foi julgado pelo TST em março de 2014. O Tribunal reafirmou a legitimidade da Postal Saúde, caixa de assistência que realiza a gestão do plano de saúde dos trabalhadores dos Correios. Por unanimidade, o Tribunal decidiu pela abusividade da greve movida contra a Postal Saúde e também determinou o desconto de 15 dias de salário de cada trabalhador que aderiu ao movimento.”
Atualizada às 22h41
Super Notícia – MG