05/03/2015 | 09:15 – Atualizado em: 05/03/2015 | 09:14
Empresa trabalha para ampliar volume de compras feitas por usuários via tablets e smartphones, seguindo o padrão do mercado chinês
Rio – Não foi necessário muito tempo para o Peixe Urbano dar início a sua nova fase de expansão, depois de ser adquirido pelo Baidu, principal empresa de internet da China e uma das maiores do mundo, em outubro do ano passado. De lá para cá, as vendas da companhia cresceram mais de 45%, na comparação dos resultados de janeiro deste ano com o mês da compra. Com isso, a empresa já viu sua participação de mercado crescer em cerca de 10%. Olhando ainda mais para trás, janeiro foi o melhor mês em vendas desde junho de 2012.
Entre os próximos passos, diz a diretora de Comunicação do Peixe Urbano, Leticia Leite, está a expansão do conceito de shopping de ofertas, aumentando o número de parceiros a empresa negocia com nomes na área de restaurantes como Kotobuki, Frontera e Porcão. Outra meta é melhorar a experiência do usuário via aplicativo mobile, para assim aumentar a participação de compras por dispositivos móveis de 20% para 50%. Na China, 80% das compras em sites de ofertas já são feitas via tablets e smartphones.
Queremos fazer uma mudança de shopping de ofertas’ para shopping de ofertas mobile. Com isso, estamos investindo no aplicativo, explica Leticia. Uma das alterações é permitir que o aplicativo mostre um mapa de ofertas para os usuários, dependendo de sua localização. E, também, mandar uma notificação, quando a pessoa estiver próxima a um estabelecimento em promoção.
Atualmente, 25% dos usuários que compram pelo aplicativo querem usar as ofertas no mesmo dia. E essa é justamente uma das principais mudanças desde que a plataforma foi criada, dando início ao fenômeno das compras coletivas.
Hoje, 40% das ofertas para serviços locais já seguem o modelo use agora. No modelo tradicional de compras coletivas, o Peixe Urbano divulgava todos os dias uma oferta de produtos, serviços e atividades em cada cidade. A oferta ficava disponível por um prazo entre 24 e 72 horas, e contava com um desconto agressivo, de 50% a 99%. A promoção só era validada, se um número mínimo de interessados fosse alcançado.
Quando lançamos o site, era um segmento novo. Tivemos um crescimento rápido e fomos aprendendo muita coisa. Gerávamos compras por impulso. Eram muitos clientes nos estabelecimentos ao mesmo tempo, que muitas vezes não conseguiam atendimento. Não era bom nem para os clientes e nem para os parceiros, diz Leticia.
Hoje, a oferta fica no ar por meses, gerando um fluxo constante para os parceiros, sem sobrecarga. Outra mudança é que, ao invés de um mínimo de compradores, temos um número máximo, completa ela.
Segundo Leticia, a aquisição pelo Baidu deu um novo fôlego ao Peixe Urbano. A meta, afirma ela, é dobrar as vendas em 2015. O Baidu considera o Brasil um mercado prioritário na sua estratégia de expansão mundial. Eles estão nos apoiando para crescer em participação de mercado e na aceleração das vendas. O capital e a experiência deles vem nos ajudando muito. Desde outubro, já foram incorporados 70 novos funcionários, inclusive em áreas importantes como comercial, marketing e financeiro.
Apesar de hoje a categoria de gastronomia ser o carro-chefe das vendas da empresa, com um maior número de ofertas e cupons vendidos, o turismo tem crescido bastante, ressalta a executiva.
Além disso, com o aumento do uso do aplicativo, outras categorias de ofertas locais, como entretenimento, por exemplo, devem continuar a ganhar força, já que são ofertas de ticket relativamente baixo e que as pessoas podem encontrar ao seu redor para aproveitar na mesma hora.
Desde sua criação em 2010, o Peixe Urbano já publicou mais de 150 mil ofertas, que geraram quase 30 milhões de cupons vendidos e R$ 3 bilhões de economia para os consumidores. Ao todo, a empresa já trabalhou com mais de 30 mil parceiros. Hoje, quase cinco mil promoções estão no ar em mais de 100 cidades do Brasil. Até o final do ano, a expectativa da empresa é dobrar esse número, ampliando a densidade de ofertas por região. No Brasil, a empresa conta com 25 milhões de usuários.
Brasil Econômico on-line – SP