02 de Março de 2015 14:27
Para tentar sair da sombra da Apple, a Samsung apostou seu futuro no mercado de smartphones em dois novos celulares e um sistema de pagamento. Com lançamento previsto para o meio do ano, esses aparelhos podem ter uma força de venda muito mais abrangente que o seu maior concorrente.
No último domingo, 1º de março, durante o Mobile World Congresso, em Barcelona, a Samsung anunciou o Galaxy S6, continuação da tradicional franquia de celulares, e o Galaxy S6 Edge, modelo novo que vem com a tela curvada nas laterais. Os dois modelos contarão com o Samsung Pay, aplicativo que coloca a empresa no recente mercado de pagamentos por celular. A empresa informou que o sistema funcionará por meio de uma tecnologia que permite a leitura do chip magnético dos cartões.
Esse é um design com propósito. Esse é o futuro, disse JK Shin, presidente e CEO da empresa coreana, sobre o novo sistema de pagamento.
O executivo enfatizou as mudanças de design dos produtos, que vieram após um ano devastador para a área de celulares da Samsung. A empresa perdeu a liderança no mercado de smartphones, devido uma forte pressão da Apple e de empresas chinesas, como a Xiaomi. Durante a quarta quinzena, Samsung vendeu aproximadamente a mesma quantidade de telefones que a Apple. Isso equivale a, aproximadamente, um celular a cada cinco comercializados no mercado. No ano anterior, a empresa detinha 29% do market share e estava 12 pontos à frente da Apple.
Sim, é um mercado concorrido. Vocês devem ter notado, disse Mr. Chin. Nosso objetivo era simples: o mais celular mais bonito na história da Samsung e o smartphone mais avançado do mundo.
O Samsung Pay estará disponível, no meio do ano, nos Estados Unidos e na Coreia. A empresa está trabalhando com a MasterCard e Visa (o sistema de pagamento da Apple conta com esses dois cartões e American Express), e com as instituições American Express, Bank of America, Citi, JPMorgan Chase e U.S. Bank. A Samsung alega que tem o potencial de ser aceito em mais de 30 milhões de pontos comerciais.
Milhares se apertaram no centro de convenções para ver os aparelhos, apresentados com uma grande festa high-tech, mas com pouca apresentação de palco comparando com os anos anteriores. A empresa focou nas especificações técnicas, como o novo carregador sem fio. Só quatro executivos da empresa subiram ao palco, sendo duas mulheres.
Alguns analistas estavam céticos se as mudanças no hardware e o novo sistema de pagamento seriam suficientes para ressuscitar a Samsung. As ofertas de negócio vieram uma semana depois que o Google, empresa que fabrica o software Android usado pela Samsung, fechar um acordo para expandir sua carteira de produtos de smartphones.
Apesar do novo design de hardware e algumas inovações do software, existe um risco que os novos produtos da Samsung sejam insuficientes para a companhia voltar a ser líder de mercado entre os consumidores e empresas que buscam produtos com alta tecnologia, disse Thomas Husson, analista da Forrester.
Tradução: Mariana Stocco
Meio e Mensagem on-line – SP