10/02/2015 18h58
Apesar de crescer a taxas de mais de 20% ao ano, descolado do resto da economia, o comércio virtual não é mais fácil do que o realizado no mundo “real”, em lojas físicas. A opinião é de Isabela Ventura, diretora na Buscapé Company.
“Não é mais fácil. Exige tanto trabalho quanto. O que muda é o foco: em vez de cuidar de chão de fábrica, de vendedores, você precisa olhar para o marketing, a logística”, disse a executiva durante entrevista à “TV Folha” nesta terça-feira (10). Questionada se há muita ilusão sobre a facilidade de ganhar dinheiro na internet, ela respondeu que isso acontece “sem sombra de dúvida”.
O e-commerce brasileiro faturou R$ 35,8 bilhões no Brasil no ano passado, um crescimento de 24% em relação a 2013, mas a maior parte das vendas está nas mãos de grandes companhias. Uma pesquisa feita pela ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) em 2013 indicou que 70% das lojas virtuais não fazem nem dez vendas por mês.
Para ela, as lojas virtuais têm mais chances de darem certo se forem de nicho e desenvolvidas por alguém que é especialista em um determinado assunto. Isso ajuda os empresários a entender melhor os hábitos do consumidor.
O programa também teve a participação de Gabriel Campaner, fundador da agência gCampaner, que administra 120 blogs profissionais a maioria do segmento de moda, que atrai mais faturamento.
Ele contou como são feitas as negociações com as empresas para anunciar nesses sites: uma companhia chegou a pagar mais de R$ 100 mil a uma de suas páginas, produzida por uma celebridade, para que ela postasse sobre a marca durante um Carnaval inteiro.
Entretanto, para Campaner, passou o boom dessas páginas os anunciantes passam a querer pagar para os blogueiros apenas o que eles de fato produzem de vendas ao falar de um determinado o produto. “Não é mais pagar um valor absurdo, é o valor que ele vale mesmo, o que dá de retorno ao lojista.”
Folha de S. Paulo on-line – SP