03 de Fevereiro de 2015 11:47
A Apple está em fase de expansão na China: a empresa abrirá cinco lojas até a quinta-feira 19 de fevereiro, quando será comemorado o Ano Novo Chinês, principal feriado do país asiático.
Embora tenha parecido por um tempo que os iPhones estavam fora de moda na China agora que fabricantes nacionais estão desenvolvendo smartphones e equipamentos eletrônicos de alta qualidade, os últimos resultados divulgados pela empresa provaram o contrário. No último trimestre a receita da Apple na China, Hong Kong e Taiwan cresceu 70%, principalmente em função das vendas do iPhone 6.
A Apple superou todas as demais marcas de smartphone na China no quarto trimestre do ano passado, de acordo com a empresa de pesquisas Canalys. A Apple também foi apontada como a melhor marca de luxo para se presentear em um levantamento do Hurun Research Institute.
Com a China tendo papel tão central para o futuro da Apple, a companhia sediada na Califórnia dá sinais de estar fazendo esforços especiais para enviar as mensagens certas para os consumidores chineses.
O mais recente vídeo postado no website chinês da Apple sobre o ano novo é um exemplo. O comercial é sobre uma garota que usa os produtos da empresa para gravar uma música que leva sua avó de volta ao tempo da juventude. A produção é repleta de referências locais como móveis antigos e lampiões tradicionais. Veja aqui.
Se o vídeo parece familiar é porque ele é uma versão da produção veiculada nos Estados Unidos em dezembro (veja abaixo) que alcançou mais de 3,3 milhões de visualizações. Quando se trata de Ano Novo Chinês e Natal, os anunciantes usam as mesmas referências nos anúncios: famílias, ambientes acolhedores e trocas de presentes.
A companhia também está fazendo um grande esforço nas aberturas das lojas enquanto expande sua presença geográfica no gigante asiático. Angela Ahrendts, vice-presidente sênior de varejo e lojas online da Apple, disse a agência de notícias Xinhua que quatro das cinco novas lojas serão em cidades que a empresa ainda não está presente. De acordo com o site da empresa, existem 16 lojas abertas atualmente. A meta é chegar a 40 até a metade do próximo ano.
As duas inaugurações mais recentes foram nas cidades de Chongqing e Hangzhou. Antes da abertura, para cobrir a obra, a Apple embrulhou as lojas com um toque de arte local. Em Hangzhou, a Apple contratou o calígrafo Wang Dongling para cobrir a imensa fachada com um poema sobre o famoso lago da cidade. Já em Chongqing, em um trabalho colaborativo, o fotógrafo Navid Baraty tirou fotos de cenas do cotidiano da cidade e o artista local Yangyang Pan pintou sobre elas. Depois, o mural foi colocado em torno da loja.
Até há alguns anos, muitos chineses não sentiam orgulho de marcas locais, mas isso está mudando, aponta Louis Houdart, fundador e sócio-gerente da Creative Capital Shanghai, boutique de branding.
As marcas chinesas de eletrônicos estão pondo fim a sua reputação de baixa qualidade. Na categoria de smartphones, a Xiaomi é atualmente a número três do mundo.
Mais e mais consumidores locais estão descobrindo que a China possui grandes marcas. Se associar a artistas chineses contemporâneos é um caminho para mostrar aos consumidores que a Apple é uma marca global e não americana, diz Houdart.
Tradução: Fernando Murad
Meio e Mensagem on-line – SP