28/01/2015 – 05:00
Por Tatiane Bortolozi
O setor de shoppings estima a abertura de 26 estabelecimentos até dezembro, apenas três a mais que em 2014. A projeção – a menor em pelo menos quatro anos – reflete o cenário de baixo crescimento econômico, aumento da inflação e crédito mais caro no país.
A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) começou 2014 com a expectativa de 43 inaugurações, mas 19 centros comerciais ficaram para 2015 ou 2016. O presidente Glauco Humai considera os adiamentos uma dinâmica natural, reflexo das perspectivas econômicas menos favoráveis. “Quando os shoppings foram projetados, três anos atrás, foi um momento muito ‘feliz’, de muito financiamento. Agora, o cenário econômico é outro”, acrescenta Adriana Colloca, superintendente da Abrasce.
As 24 inaugurações de 2014 representaram o mais baixo patamar em três anos – 22 novas unidades entraram em operação em 2011, 27 um ano depois e 38 em 2013. Parte do setor preferiu investir na expansão de projetos já existentes, por uma posição mais cautelosa. A Abrasce informa que, dos 520 shoppings do país, 18% contam com projetos de expansão.
O mercado de shopping centers avançou 10,1% em 2014, atingindo receitas de R$ 142,27 bilhões. A expectativa do setor para 2015 é de crescimento de 8,5%. A Abrasce estima investimentos de R$ 16 bilhões do setor neste ano, entre ampliações e inaugurações, com quase metade (48%) do total concentrado no Sudeste e o Nordeste ganhando importância.
Dos 26 novos empreendimentos esperados para este ano, 16 estarão fora das capitais. Além disso, 12 cidades devem receber seu primeiro shopping, metade delas no Sudeste – as mineiras Araxá e Varginha; Itaboraí (RJ); e Cajamar, Taipas e Votuporanga, no Estado de São Paulo.
“Acreditamos que 2015 será um ano desafiador para a indústria, com juros mais altos e problemas estruturais em relação à falta de energia e água”, diz Humai.
Valor Econômico – SP