26/01/2015 CELSO SATO – Presidente da Accesstage Óculos com acesso à rede, relógio com monitoramento de batimentos cardíacos, geladeiras inteligentes, tênis com GPS. A internet das coisas deixou de ser um fenômeno para tornarse realidade e transformar nosso dia a dia. Não apenas o relacionamento interpessoal mudou; a maneira como as pessoas consomem também é outra. É comum, por exemplo, ver jovens usando apps comparadores de preços online dentro de uma loja física. Todas as empresas, agora, devem preparar-se para este novo cenário de consumo. De acordo com o Gartner, em 2015, o interesse por pagamentos móveis crescerá paralelamente ao aumento expressivo do comércio móvel, incentivado pelas e-wallets ou carteiras eletrônicas. Tecnologias de gigantes, como Google e Apple, já são aceitas em outras partes do mundo, e essa revolução no Varejo não demora a chegar ao Brasil. Além do imenso leque de oportunidades geradas para toda a cadeia de meios de pagamento, esse movimento traz uma série de novas preocupações. Em uma ponta, o varejo precisa estar pronto para aceitar esses novos modos de pagamento. Dia após dia, novos aparelhos terão poder de compra e, se as lojas não estiverem bem adaptadas, oportunidades de venda poderão perder-se no caminho. Do outro lado, a segurança é um ponto fundamental. Segundo a IDC, até 2017, 90% das redes de TI terão uma falha por conta da internet das coisas. Isso reforça a importância de investimentos imediatos na proteção das transações e informações trafegadas. Não adianta se jogar de cabeça nessa novidade sem antes conhecer o mercado e preparar-se para o futuro. Ficar atento às movimentações mundiais e à realidade local do lojista pode ser uma boa dica para decidir quando é o momento ideal para aceitar o pagamento móvel. Em determinadas regiões do país, por exemplo, é mais comum o uso de dinheiro vivo em vez dos cartões de débito e de crédito. Nesse caso, não há pressa. Já em locais que recebem turistas do mundo todo, a aceitação das e-wallets é uma necessidade iminente, mas que deve ser tratada com cautela. Análise e planejamento são essenciais para identificar se é a hora certa de aceitar carteiras eletrônicas. Com base nessas informações, será possível realizar mudanças estruturadas para a adoção dessa tecnologia. Além disso, os varejistas precisam trabalhar internamente para manter o controle financeiro sobre todos os meios de pagamento seja físico, plástico ou móvel. A conciliação desses modelos é um desafio, afinal nenhum detalhe pode passar batido aos olhos dos executivos de finanças. Qualquer transação ou taxa indevida significa perda de dinheiro. Para que a equipe financeira não seja apenas operacional e tome uma posição mais estratégica, é interessante adotar softwares de conciliação de vendas. Essas ferramentas são capazes de automatizar processos e simplificar a rotina dos colaboradores. As carteiras eletrônicas são uma tendência e chegarão ao Brasil com força total nos próximos anos, uma vez que grandes empresas do setor têm investido fortemente nesse tipo de solução. Os mercados varejista e de meios de pagamento brasileiros agora têm a responsabilidade de torná-las realidade em nosso país de modo efetivo e sem problemas operacionais ou tecnológicos.
Brasil Econômico – SP