A plataforma de mensagens instantâneas lançou sua esperada versão para computadores. Agências e empresas têm que enfrentar o desafio de marcar presença no aplicativo, que não permite anúncios
Gabriela Murno
gmurno@brasileconomico.com.br
O que os usuários tanto esperavam finalmente aconteceu.
O WhatsApp ganhou uma versão que pode ser utilizada em computadores.
Mas a felicidade de uns, ainda é a tristeza de outros.
Pois o serviço ainda é limitado aos usuários da plataforma em aparelhos com os sistemas Android, Windows Phone e BlackBerry.
Nada de iPhone, por enquanto.
No lançamento da nova funcionalidade, feita por sua página no Facebook, Jan Koum, fundador do WhatsApp, alegou incompatibilidade com a plataforma da Apple.
A chegada do maior serviço de mensagens instantâneas, com mais de 700 milhões de usuários no mundo, reacende outra dúvida: como as marcas podem se aproveitar do espaço considerado por muitos uma rede social , se a plataforma oficialmente não permite anúncios?
A resposta já vem sendo dada, embora ainda incipientemente, por marcas como Mitsubishi Motors, Orloff, da Pernod Ricard, e Hellmann’s, da Unilever.
Não podemos dizer ainda que as marcas utilizam o WhatsApp bem. A descoberta dos formatos ainda está no início, diz Guilherme Jahara, diretor de Criação da F.biz, que criou recentemente uma ação para a Orloff.
A marca convidou, pelo Facebook, seus seguidores a interagir em por WhatsApp como personagem Estagiário Sênior.
Não queríamos ser apenas uma marca no WhatsApp, só entramos quando percebemos que podíamos ser mais um amigo nas rodas’. Os números já surpreendem: iniciamos no final de dezembro e já estamos com mais de 160 participantes, diz Patrícia Cardoso, gerente de Marketing para Vodcas, Rum e Cachaça da Pernod Ricard Brasil.
A ação é uma extensão da campanha In The House e tem como objetivo proporcionar uma consultoria com conteúdo exclusivo para festas em casa, com dicas sobre a arrumação do ambiente, trilha sonora, convite, drinks, comidas, entre outras coisas.
Outra que já utiliza o WhatsApp para interagir com seus clientes ou potenciais consumidores é a Mitsubishi Motors.
A montadora anunciou através de revistas, como a Veja, queas pessoas poderiam tirar suas dúvidas sobre o modelo Lancer pela plataforma.
Deu supercerto, inclusive vendemos carros a partir da ação e fizemos inúmeros testes drives. A linha ainda está no ar. O Lancer foi um laboratório que deu tão certo, que estamos estudamos estender a ideia, e até criar um novo Serviço de Atendimento ao Cliente usando o aplicativo, diz Fernando Julianelli, diretor de Marketing da Mitsubishi Motors do Brasil.
Já a Hellmann’s foi pioneira em ações de interação pelo WhatsApp.
A marca lançou no ano passado o WhatsCook, serviço em tempo real que interage via WhatsApp com os usuários para ensinar receitas personalizadas.
Vimos uma oportunidade de trazer uma solução divertida e personalizada para apresentar a variedade dos usos culinários da maionese, conta Giovanna Gomes, gerente de Marketing de Hellmann’s.
Sócio-fundador da agência 14, Bruno Maia acredita que o caminho para o sucesso das marcas no WhatsApp é justamente esse: criar um canal de relacionamento com seus consumidores.
Por ora, nos parece que esse é o melhor uso. Relacionamento e não exposição. Agora, se o WhatsApp vai cumprir a promessa de seguir sem publicidade, é difícil prever. Mas apostaria que nos próximos dois anos, pelo menos, isso não deve mudar, diz ele, que cita como exemplo o caso da Ancar Ivanhoe, que usa a plataforma de mensagens instantâneas para atender às marcas que estão nos shoppings da rede.
Cada loja pode comunicar suas ações e acontecimentos do dia a dia.
Outra alternativa, diz Sylvio Lindenberg, diretor de Integração Digital da agência Salles Chemistri, é voltar ao princípio da rede e oferecer para consumidores conteúdos que possam ser compartilhados entre seu círculo de amizades.
Empresa cria chip para WhatsApp
O empresário italiano Manuel Zanella, fundador da Zeromobile, lançou ontem o WhatsSim, um chip para celular, que permite o uso ilimitado do WhatsApp em 150 países, através de 400 operadoras.
As informações são da PRNewswire.
O custo anual é de pouco mais de 10 (cerca de R$ 30) por ano.
Mas o usuário pode apenas enviar e receber mensagens de texto.
Para incluir outros formatos como vídeo, é preciso fazer recargas extras.
Também não é possível fazer ligações.
O chip pode ser comprado, inclusive no Brasil, por cerca de R$ 15 no site da operadora.
O objetivo, disse Zanella, é oferecer roaming de baixo custo para quem viaja com frequência.
Brasil Econômico – SP