13/01/2015 07:20 – Atualizado em 13/01/2015 07:20
A menor disposição do brasileiro para gastar não afetou os planos do setor de shoppings. Para 2015, estão programadas 29 inaugurações de centros de compras no país, cinco a mais do que no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). São Paulo é o Estado com maior número de projetos, seguido de perto por Minas. Por aqui, serão quatro novos malls em Uberaba, Uberlândia, Araxá e Varginha. Juntos, os investimentos somam meio bilhão de reais.
O primeiro a abrir as portas, em março deste ano, será o Praça Uberaba, da rede 5R. De acordo com o diretor de Shopping Center do grupo, Francisco Ferraz, o empreendimento tem Área Bruta Locável (ABL) de quase 30 mil metros quadrados. O espaço contará com um supermercado, uma academia, seis âncoras, um complexo de cinema, quatro restaurantes e 1.600 vagas de estacionamento. Cerca de R$ 230 milhões foram investidos.
Uberaba é uma das cidades mais ricas de Minas e uma das que mais crescem no país. O grande desenvolvimento dos setores petroquímico e farmacêutico, além do agribusiness, são ferramentas do município para atrair investimentos, diz Ferraz. Contam ainda a favor da cidade a renda domiciliar mensal per capita, de R$ 4.700, e o polo universitário, com 25 mil estudantes.
Os critérios para a escolha do endereço do novo centro de compras geralmente são os mesmos. Oportunidade de terreno, potencial econômico e cidades vizinhas em um raio entre 80 e 100 quilômetros com população com dinheiro e vontade para consumir são itens avaliados e que também atraíram a 5R para outra cidade do Triângulo. O empreendimento Praça Uberlândia, que exigiu aportes de R$ 200 milhões, será inaugurado em abril.
A cidade é ícone de desenvolvimento e tem excelente indicadores sociais e econômicos, além de indústria e serviços diversificados, comenta o executivo.
Araxá, no Alto Paranaíba, também terá um shopping para chamar de seu. Idealizado pela SD Construtora, o Boulevard Garden será o primeiro mall da cidade. A estreia será no dia 7 de abril. O empreendimento terá 8.650 metros quadrados de ABL, três pisos, um elevador para 13 pessoas, 146 vagas para veículos e duas salas de cinema digital.
Araxá necessita de um espaço de lazer. A renda per capita é alta, mas a diversão da população ainda é ir para o rancho. Agora, os moradores não precisarão mais viajar para as cidades vizinhas para fazer compras ou assistir a um bom filme, diz uma das sócias do empreendimento, Margareth Guimarães. Ela não revelou o valor da obra.
Varginha monta espaço com 160 lojas e expectativa de vender R$ 250 milhões por ano
Previsto para novembro deste ano, o Via Café Garden Shopping promete ser o maior complexo comercial de Varginha e da região do Sul de Minas. Empreendimento da mineira Tenco, que investiu R$ 150 milhões, o mall terá 160 lojas, entre elas quatro âncoras, um hipermercado, 20 opções de fast food, três restaurantes e quatro salas de cinema com tecnologia 3D.
A expectativa é a de que sejam movimentados R$ 250 milhões em vendas ao ano. Varginha apresenta um mercado promissor. A cidade tem cerca de 130 mil habitantes, com significativo poder de compra e alto nível de exigência. Se considerarmos a área de influência, cerca de 15 municípios, alcançamos 400 mil potenciais consumidores.
Essas características estão alinhadas com o projeto da Tenco de implantar shoppings em novos mercados com grande potencial, afirma o gerente comercial do grupo, Renato Castro.
Segundo ele, a empresa hoje busca o chamado mercado do futuro. São cidades polo, que tenham renda média mensal familiar e crescimento populacional acima da média brasileira, diz.
Professor de Administração Mercadológica da Fumec, Clodoaldo Lopes Nizza Júnior diz que o mercado hoje não está favorável para o varejo, em função dos resultados recentes, os piores dos últimos anos. As inaugurações estão mantidas porque as obras de empreendimentos deste porte começam muito antes, afirma.
Entretanto, para o especialista, diferentemente do que acontece nos Estados Unidos, onde shoppings vivem um período de decadência, ainda há espaço para grandes centros de compras no país, especialmente voltados para o público C e D. No segmento luxo, há uma saturação, diz.
Estudo da Green Street Advisors, empresa americana ligada a empreendimentos comerciais, aponta que na terra do Tio Sam, berço dos shoppings no mundo, cerca de 15% dos malls vão falir ou serão transformados em outros espaços comerciais nos próximos 10 anos.
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