09/01/2015 15:13:42
A inflação oficial fechou 2014 com alta acumulada de 6,41%, ficando abaixo do teto da meta do governo (6,5%, com o centro da meta de 4,5%, mas permitindo a oscilação de dois pontos percentuais para cima). Em dezembro o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,78%, ante variação de 0,51% registrada em novembro. Em dezembro de 2013, o indicador ficou em 0,92%.
Em 2013, o IPCA havia ficado em 5,91%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (09.01) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
As passagens aéreas, cujo impacto foi de 0,20 ponto percentual no índice, o item carnes, com 0,10 p.p., e arefeição fora de casa, com 0,07 p.p., foram os principais destaques individuais do mês. Somando 0,37 p.p. esses itens se apropriaram de quase a metade do IPCA do mês, 47%.
Para Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, o patamar atingido pelo IPCA reflete a ocorrência de dois importantes processos de ajuste de preços relativos em curso na economia brasileira: o realinhamento dos preços domésticos em relação aos preços internacionais e o realinhamento dos preços administrados em relação aos preços livres.
“Embora a inflação tenda a mostrar resistência no curto prazo, o Banco Central reafirma que irá fazer o que for necessário para que este ano a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016”, afirmou Tombini em comunicado após a divulgação do IBGE.
De acordo com os dados do IBGE, a elevação das passagens aéreas atingiu 42,53% e levou o grupo transportes para 1,38%, o maior resultado de grupo no mês. Os componentes do grupo subiram: etanol (1,31%), automóvel novo (0,69%), ônibus intermunicipal (0,64%) e gasolina (0,61%) também são destaques no grupo Transportes.
Na gasolina, a variação de 0,61% é reflexo, nas bombas, de parte do reajuste de 3,00% ocorrido nas refinarias desde 07 de novembro. No caso do etanol, o aumento de 1,31% já manifesta o início da entressafra da cana-de-açúcar.
No grupo dos alimentos, a pressão veio da alta de preços de 3,73% das carnes e das refeições fora de casa (1,41%). O feijão com arroz, prato típico do brasileiro, também ficou mais caro. Os feijões chegaram a subir 9,26%, em média, enquanto o arroz ficou mais caro em 1,81%.
Vestuário registrou elevação de 0,85%, pressionado tanto pelas roupas masculinas quanto femininas, ambas com alta de 1,21%. As despesas pessoais subiram 0,70%, impulsionadas por serviços como: excursão (2,05%), manicure(2,03%), cabeleireiro (1,74%) e empregado doméstico (0,76%).
Saúde e Cuidados Pessoais (0,47%) e Artigos de Residência (0,00%) foram grupos que também apresentaram resultados acima daqueles registrados em novembro. Em contrapartida, Habitação (0,51%),Educação (0,07%) e Comunicação (0,00%) registraram taxas inferiores às do mês anterior.
Compara e a evolução dos grupos de 2013 para 2014
Quatro grupos registraram desaceleração nos preços em 2014 na comparação com 2013. São eles: alimentos e bebidas (de 8,48%, em 2013, caiu para 8,03%, em 2014), Artigos de residência (de 7,12% para 5,49%), vestuá’rio (de 5,38% pra 3,63%), comunicação (de 1,50% para -1,52%) e despesas pessoais (de 8,39% para 8,31%).
Em movimento oposto, quatro grupos viram seus preços acelerarem de um ano para outro. São eles: habitação (de 3,40%, em 2013, subiu para 8,80%, em 2014), transportes (de 3,29% para 3,75%), saúde e cuidados pessoais (de 6,95% para 6,97%), educação (7,94% para 8,45%).
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