Quinta, 08 Janeiro 2015 13:17 Escrito por Renato Muller
CEO da rede Giraffas nos EUA mostra lições aprendidas com expansão da rede no mercado americano
A rede brasiliense Giraffas não imaginava, quando foi criada, que um dia colocaria seus pés nos Estados Unidos. Mas, com mais de 400 pontos de venda no Brasil atualmente, olhar para fora do país passa a ser um exercício importante.
A empresa decidiu apostar alto, investindo no mercado americano, onde, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), outras 41 redes também têm buscado espaço. No caso do Giraffas, a expansão internacional exigiu uma mudança no posicionamento da marca.
O mercado de fast food, que é onde atuamos no Brasil, está saturado no mercado americano, e as redes do segmento estão perdendo espaço para conceitos fast casual, que têm um menu mais elaborado e mantêm uma relação custo/benefício interessante, comenta João Barbosa, CEO da operação americana do Giraffas.
A decisão, então, foi partir para o fast casual, o que tornou a empresa bastante competitiva: um steak e três acompanhamentos por US$ 14 é algo que a maioria dos concorrentes não consegue oferecer.
Com 11 lojas na Flórida, a empresa pretende chegar a algo entre 110 e 120 unidades até 2020, avançando para cidades como Nova York e Boston, para depois avançar rumo ao oeste.
Para João Barbosa, a expansão internacional apresenta riscos, por mais que as franquias apresentem taxa de mortalidade inferior à de outros modelos de negócios. Segundo ele, quatro aspectos devem ser levados em conta no momento da expansão para outros países:
1) Definição estratégica: antes de levar a marca para outro país, é fundamental perguntar para onde a marca quer ir. A decisão do país muda toda a estratégia e o modelo de negócios. Definir países prioritários é importante para entender qual tem mais aderência com a marca, avalia Barbosa.
2) O consumidor: por que o consumidor desses países irá querer o produto de sua empresa? Os hábitos de consumo mudam de acordo com o país e por isso é importante saber se o seu produto se encaixa no mercado de destino, analisa.
3) Saber onde estamos pisando: planejamento e estudo de mercado são dicas importantes para quem pensa em internacionalizar a marca. O bom planejamento contribui para entender qual o melhor momento de entrar no país, como será essa entrada e quais são as primeiras dificuldades enfrentadas, entre outros aspectos, afirma.
4) O modelo de operação: existem duas formas básicas de entrar em um outro país. Capital próprio ou franquia. Considero interessante iniciar a operação internacional com capital próprio, porque essa loja será um estudo para compreender o que está ok na operação e melhorar o que não está funcionando, diz Barbosa. No caso do Giraffas, o primeiro restaurante serviu para a empresa fazer mais adaptações e melhorar o modelo de negócio nos Estados Unidos. Depois de sete anos, entre estudo, planejamento e inaugurações, e com 11 restaurantes, a empresa abrirá em 2015 suas primeiras franquias.
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