08/01/2015 Ata deixa claro que aperto não começará antes de duas reuniões O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, ao divulgar a ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) em dezembro, confirmou que será paciente ao iniciar o processo de aperto monetário, o que não será feito até o final de abril. O documento reitera o que havia sinalizado a presidente da autoridade monetária, Janet Yellen, no comunicado após a reunião no mês passado. No documento, integrantes do comitê avaliaram uma ampla série de dados mostrando que a recuperação econômica no país está se sustentando, em um mundo que está se voltando à direção errada, com ameaça de recessão no Japão e na Europa e desaceleração em importantes mercados emergentes. O tombo dos preços do petróleo estava afastando os EUA da meta de inflação do Fed, mas os consumidores parecem dispostos a gastar, empregos estavam sendo criados e os investimentos pareciam constantes. Muitos integrantes apontaram níveis relativamente altos de confiança do consumidor como um sinal de força no curto prazo dos gastos discricionários, e a maioria julgou que o significativo declínio recente dos preços de energia dará esse impulso. Contatos na indústria apontaram condições de negócios sólidas, de maneira geral, com empresas em muitas partes do país expressando algum otimismo sobre as perspectivas de melhora em 2015. A atividade de manufatura estava forte, segundo o documento. Mas com a inflação ainda baixa e a deterioração dos indicadores econômicos da zona do euro e do Japão, o Fed enfrentou dificuldades para reconhecer a melhora nos EUA sem se comprometer com cronograma específico para a alta dos juros. A ata do Fed também revela a preocupação de alguns membros com as projeções de inflação, que vêm se mantendo abaixo da meta do Banco Central por 31 meses seguidos. Alguns participantes veem um risco de que (a inflação) poderá se manter persistentemente abaixo do objetivo de 2%, expressando a preocupação de que um resultado como esse abale a credibilidade do compromisso do comitê com esse objetivo. No comunicado após a reunião de dezembro, o Comitê deixou claro que espera que a inflação se mova gradualmente para o centro da meta, conforme o mercado de trabalho evolua e o impacto da energia barata se dissipe. Para alguns membros do Comitê, salários e inflação poderão crescer mais do que o previsto. Com relação ao momento para iniciar o processo de alta dos juros, não há consenso entre os votantes. O presidente do Fed de San Francisco, John Williams, que terá voto no Fomc esse ano, disse no último dia 5 que não via razão alguma para acelerar o aperto. Segundo ele, seria razoável iniciar o ciclo de alta a partir do meio do ano. Já a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que os juros poderiam começar a subir ainda neste primeiro trimestre e que o mais importante será o ritmo de alta do que propriamente a data em que o processo terá início.
Brasil Econômico – SP