Santander confirma interesse na compra do Novo Banco, ex-BES
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
23/12/2014 22h43
O banco Santander tornou oficial nesta terça-feira (23) seu interesse na aquisição do Novo Banco português, a instituição criada no início de agosto com os ativos bons do BES (Banco Espírito Santo).
O presidente da divisão portuguesa do Santander, António Vieira Monteiro, confirmou assim os rumores que apontavam havia semanas o interesse da instituição. Desta forma, o Santander passa a figurar ao lado do BPI (Banco Português de Investimentos) na lista oficial de candidatos.
“Tendo em vista os termos relativos à venda de ativos do Novo Banco, o Santander decidiu apresentar-se à primeira fase do procedimento, o que corresponde à entrega da manifestação de interesse”, afirmou Monteiro.
Segundo o calendário publicado pelo Novo Banco, os interessados na compra da instituição devem oficializar suas intenções antes de 31 de dezembro.
Mario Cruz/Efe
Clientes sacam dinheiro de caixas automáticos do Banco Espirito Santo em Lisboa
Clientes sacam dinheiro de caixas automáticos do Banco Espirito Santo em Lisboa
INTERVENÇÃO
O Novo Banco foi criado no início de agosto em meio a um processo de intervenção no BES devido a suas perdas milionárias.
No processo, o BES foi divido em duas instituições: o próprio Novo Banco, que ficou com a parte saudável e recebeu dinheiro novo; e o “banco ruim”, que ficou com os créditos problemáticos e seguiu com os atuais acionistas -família Espírito Santo, o francês Crédit Agricole e até o brasileiro Bradesco.
O banco novo recebeu 4,9 bilhões em recursos, garantindo os depósitos e os empréstimos dos clientes. Todos os funcionários, agências e rede eletrônica ficam com o banco novo.
A parte ruim leia-se: empréstimos feitos para as empresas do grupo Espírito Santo não terá ajuda e caminha para ser liquidada se falhar a recuperação judicial.
Essa parte ruim será administrada por um interventor nomeado pelo BC português.
Para evitar uma estatização formal, como ocorreu nos EUA após a crise de 2008, o banco central português formalizou a ajuda do banco novo por meio do chamado Fundo de Resolução, um fundo de recursos privados criado em 2012 e que funciona como o brasileiro FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
Como o Fundo de Resolução não tinha recursos suficientes, ele emprestou dinheiro do governo de Portugal, que espera ser ressarcido quando a parte boa do BES for vendida a uma instituição financeira.
Folha de S. Paulo on-line – SP