26/11/2014
Por Cibelle Bouças | De São Paulo
O comércio eletrônico de roupas, calçados e acessórios vive um cenário diferente do varejo físico, com crescimento de 30% no volume vendido, segundo a e-bit, ante queda de 1,1% do varejo de moda no acumulado de janeiro a setembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A demanda aquecida estimulou uma corrida das varejistas tradicionais para a internet e tem ajudado a Dafiti a ampliar a receita com serviços para outras empresas.
A Dafiti oferece a outras companhias do setor de moda serviços para instalação de lojas virtuais usando sua infraestrutura. Malte Huffmann, um dos sócios da Dafiti, disse que esse negócio avançou 50% em receita este ano, sendo a área da empresa que mais cresce atualmente. “A receita da área ainda é pequena, um percentual de um dígito [em relação ao faturamento total], mas tende a crescer rapidamente no futuro”, afirmou Huffmann. A companhia não divulga sua receita. Fontes do mercado estimam que o faturamento da Dafiti gire em torno de R$ 1,1 bilhão.
Neste mês, a companhia instalou uma loja virtual da rede de artigos esportivos Star Point. Ao todo, essa divisão da empresa atende 23 clientes, incluindo empresas como Grendene, Santa Lolla, Capodarte, Cavalera, Desigual e TNG. O serviço também opera no Chile, na Argentina, Colômbia e no México.
“O serviço acaba atraindo outras varejistas porque o empreendedor encontra o pacote completo. Poucas empresas de tecnologia oferecem toda a estrutura, do site em si até a entrega”, disse Huffmann. O executivo disse que a companhia usa o mesmo centro de distribuição e infraestrutura que possui para seu site para atender os clientes empresariais, o que tem ajudado a reduzir custos operacionais.
Huffmann observa que o comércio eletrônico responde por cerca de 3% da receita do varejo de moda no Brasil, ou R$ 3,8 bilhões. Em economias maduras, como Alemanha, as vendas pela internet representam 13% do setor. “Mesmo com o cenário econômico mais fraco no Brasil, o país ainda apresenta um bom potencial de expansão no longo prazo nesse segmento”, disse o executivo.
De acordo com dados da e-bit, o segmento de moda é o que apresenta maior volume de vendas na internet, respondendo por 18% do volume de pedidos do comércio eletrônico. No ano passado, essa participação era de 13,5%. O segmento cresce acima da média do comércio eletrônico no país, que neste ano registra incremento de 20% em receita.
Valor Econômico – SP