11/02/2015
O poder de compra do salário mínimo em janeiro de 2015 é o maior já visto no País desde agosto de 1965, superado apenas pelo registrado no período de julho de 1954 a julho de 1965, de acordo com o boletim regional divulgado nesta terça-feira pelo Banco Central, em Porto Alegre.
Segundo o BC, o avanço deve-se à política de valorização do salário mínimo, que repercute tanto sobre o poder de compra dos assalariados em geral quanto dos beneficiários da previdência social. Não surpreende, portanto, que o rendimento médio real do trabalho venha crescendo há vários anos, em todas as regiões. De 2003 a 2013, por exemplo, os aumentos médios anuais desses rendimentos atingiram 5,1% no Nordeste; 4,3% no Centro-Oeste; 3,7% no Norte; 3,5% no Sul; e 3,1% no Sudeste, diz o relatório.
Renda supera avanço do mínimo – O rendimento da população ocupada com renda de até um salário mínimo cresceu 52% a mais do que o S.M (36% no Norte; 48% no Nordeste; 49% no Sul; 56% no Centro-Oeste; e 60%, no Sudeste). Da mesma forma, o aumento dos rendimentos da faixa de um a um e meio salário mínimo superou o do salário mínimo em 1% (6% no Nordeste, Sul e Centro-Oeste).
A análise das elasticidades indica, portanto, que elevações reais dos rendimentos do trabalho em anos recentes em especial nas faixas de menor rendimento foram determinadas, em parte, pela valorização do salário mínimo, afirma o Banco Central. Nesse cenário, houve aumento da participação da renda do trabalho no valor adicionado da economia, e, dada a persistência do movimento, é plausível afirmar que também houve repasse aos preços.
Regiões – A evolução do indicador que relaciona rendimentos médio do trabalho e valor adicionado por trabalhador mostra que os rendimentos do trabalho aumentaram, de 2003 a 2014, em todas as regiões, com avanço oscilando de 17% no Sudeste a 40% no Centro-Oeste.
Em linhas gerais, na amostra analisada pelo estudo do BC, identificaram-se trajetórias crescentes para o salário mínimo e o rendimento médio real do trabalho, em todas as regiões.
As elevações reais dos rendimentos do trabalho não têm sido acompanhadas, na indústria, por aumento do pessoal ocupado, sugerindo conforme a analise das elasticidades que aumentos reais do salário mínimo foram responsáveis, em parte, pelo crescimento da participação dos rendimentos do trabalho no valor adicionado.
Por outro lado, é possível afirmar, que os aumentos de custo de mão de obra ao menos em parte foram repassados aos preços, analisa o Banco Central.
Advillage/Cidade Biz – SP